Da Redação
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SĂŁo Paulo â Evento que marcou a retomada da participação brasileira presencial em feiras internacionais, a edição 2021 da Gulfood se encerrou nesta quinta-feira (25). As 42 empresas brasileiras que participaram da mostra de alimentos em Dubai, nos Emirados Ărabes, como parte do pavilhĂŁo organizado pela AgĂȘncia Brasileira de Promoção de ExportaçÔes e Investimentos (Apex-Brasil), fizeram uma avaliação positiva do evento.
A feira este ano foi realizada num formato menor em decorrĂȘncia das normas de segurança para conter a covid-19. O evento ajudou a alavancar negĂłcios de empresĂĄrios, que puderam ter interaçÔes pessoais no evento apĂłs meses de contatos virtuais. Das marcas brasileiras que estiveram na feira, vĂĄrias sĂŁo associadas Ă CĂąmara de ComĂ©rcio Ărabe Brasileira.
Para Rafael Solimeo, chefe do escritĂłrio internacional da CĂąmara Ărabe em Dubai, o clima entre as participantes Ă© de otimismo com a perspectiva de retomada de negĂłcios com parceiros novos e tradicionais no mundo ĂĄrabe. “As empresas relataram atĂ© alĂvio porque Ă© muito difĂcil vender alimentos sem a possibilidade de o comprador degustar o produto e atestar ele mesmo a qualidade. Mesmo com a feira menor este ano, o objetivo de avançar nas negociaçÔes foi alcançado”, disse o executivo, que participou da mostra com açÔes de apoio Ă Apex-Brasil.
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A equipe da CĂąmara Ărabe conduziu rodadas de matchmaking entre as empresas participantes e potenciais compradores no escritĂłrio em Dubai da entidade. “A sensação Ă© de que muitos contatos foram promissores”, relatou o executivo. Nas reuniĂ”es citadas, o executivo notou maior disposição dos compradores em conhecer novos fornecedores e ampliar o leque de produtos importados do Brasil. Um exemplo sĂŁo importadores que antes atuavam sĂł com soja ou açĂșcar e consideraram comprar, tambĂ©m, produtos como carne e alimentos industrializados.
A demanda por alimentos nos 22 paĂses da Liga Ărabe se intensificou durante a pandemia, reforçando o papel brasileiro para a segurança alimentar da regiĂŁo. Segundo dados da CĂąmara Ărabe, em 2020 as exportaçÔes brasileiras de produtos do agronegĂłcio para os paĂses ĂĄrabes aumentaram 16% em volume em relação ao ano anterior. A entidade tambĂ©m relatou que em julho do ano passado foi contatada por novos importadores ĂĄrabes para iniciar contato com fornecedores do Brasil.
O cenĂĄrio de pandemia acelerou os projetos ĂĄrabes de diminuir a dependĂȘncia de alimentos do exterior. Ă o caso da VisĂŁo 2030, da ArĂĄbia Saudita, que propĂ”e que o paĂs produza o suficiente para em nove anos ter 60% da demanda interna por frango halal atendida localmente. O chefe do escritĂłrio da CĂąmara Ărabe em Dubai lembrou que essa contingĂȘncia tornou mais favorĂĄvel o cenĂĄrio para empresas brasileiras de alimentos dispostas a ampliar sua atuação no mundo ĂĄrabe, especialmente com investimentos produtivos nesses paĂses.
Devido Ă pandemia, a feira foi confirmada no inĂcio de fevereiro, Ă s vĂ©speras da realização. O paĂs do Golfo jĂĄ imunizou quase metade da população atĂ© o inĂcio de fevereiro, mas manteve a necessidade de apresentação do teste PCR negativo para covid-19 feito atĂ© 72 horas antes da chegada em seus aeroportos. Para brasileiros, embora nĂŁo houvesse restriçÔes oficiais, o contratempo foi a suspensĂŁo dos voos diretos com destino a Dubai atĂ© 28 de fevereiro.