Norte da África demanda mais alimentos

Câmara Árabe participa de feira do setor no Cairo em dezembro

Dez dos 22 países árabes ficam na África e, em 2018, estes mercados importaram o equivalente a US$ 34,55 bilhões em alimentos e bebidas, segundo levantamento do Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Estas nações não produzem o suficiente para atender à demanda de suas populações, então têm grande dependência das importações.

As compras externas de alimentos e bebidas dos países árabes africanos cresceram 68% na última década, e os principais mercados entre eles são o Egito, com 40% das importações, Argélia (21%), Marrocos (15%), Líbia (7%) e Sudão (5%). Os produtos que eles mais compram são trigo, milho, açúcar, laticínios e soja em grãos.

O Brasil já lidera a lista de fornecedores destas nações, seguido da Rússia, Estados Unidos, França, Argentina e Ucrânia. Mesmo estando na frente, a fatia brasileira nos negócios é de apena 9%, e tem condições de aumentar. Vale lembrar que o Egito acaba de abrir seu mercado para os lácteos brasileiros, e que o país tem um acordo de livre comércio com o Mercosul.

As exportações brasileiras de alimentos e bebidas ao Norte da África somaram US$ 3,08 bilhões em 2018, e tiveram um crescimento impressionante de 500% nos últimos dez anos. Egito, Argélia e Marrocos absorvem 85% do total. O Brasil vende principalmente açúcar, milho, carne bovina, frango e soja.

Orgânicos

Na Argélia, a atenção com o controle do peso, a beleza e o bem-estar tem cada vez mais relevância nas tendências de consumo. Nota-se maior disponibilidade de produtos dessas categorias, incluindo alimentos funcionais, orgânicos e suplementos alimentares. No Marrocos, em 2018, a demanda por alimentos orgânicos continuou aumentando, impulsionada pelos consumidores das regiões urbanas - com destaque para a classe média, jovens e mulheres grávidas, que compram esses produtos por motivos de saúde, intolerância alimentar, controle de peso, ou mesmo por ideologia.

Venda na África! 

De olho nestes mercados, a Câmara Árabe terá um estande na Food Africa 2019 e está com inscrições abertas para associados interessadas em expor seus produtos. A feira voltada ao setor de alimentos e bebidas ocorre de 09 a 11 de dezembro deste ano, no Cairo, a capital do Egito.

A Food Africa é uma importante plataforma de acesso ao crescente mercado africano e promove contatos com órgãos públicos e empresas privadas do Egito e da região. Na edição passada (foto acima), a Food Africa teve 320 expositores e recebeu mais de 13 mil visitantes.

A Câmara Árabe participa pela primeira vez da feira, em uma iniciativa em conjunto com a Embaixada do Brasil no Cairo. As empresas que participarem no espaço brasileiro terão direito a estande individual, tradução, suporte da equipe da Câmara Árabe, material de marketing para divulgação na feira, entre outras facilidades. Mais informações no Departamento Comercial da Câmara Árabe pelo telefone (11) 3145-3200 ou e-mail comercial@ccab.org.br.

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Golfo tem novas exigências para embalagens

O mercado de embalagens do Golfo está em transformação, com os países adotando novas exigências pautados pela conservação do meio ambiente, segurança dos consumidores e uso do plástico. Nem tudo está definido, mas há algumas medidas importantes já divulgadas pelos governos. Em julho, o Bahrein anunciou mudança na regulamentação técnica para extinguir o uso do plástico não-biodegradável. Na primeira fase, em vigor, foi proibida a importação de sacolas plásticas não-biodegradáveis.  A partir de julho de 2020, haverá regulamentação para folhas de polietileno e polipropileno em rolos, como coberturas de mesa.

Decreto semelhante foi publicado nos Emirados Árabes Unidos há dez anos, com obrigatoriedade a partir de 2013, e exigiu material biodegradável na fabricação de jornais e revistas, plástico-bolha e outros plásticos de proteção, embalagens para flores, invólucro, filme estirável, filme plástico, filme retrátil e revestimentos de plástico, além de produtos de higiene pessoal, incluindo luvas, sacos para mudas e toalhas de mesa de polietileno.

A Arábia Saudita também definiu estratégia para redução do uso do plástico e, em abril de 2017, iniciou a primeira fase de implementação da regulamentação técnica para produtos plásticos degradáveis, para importadores e fábricas nacionais. A segunda fase vai vigorar a partir de abril de 2020, juntamente com a terceira fase. Mesmo produtos plásticos descartáveis feitos de polietileno ou polipropileno com uma espessura de filme de 250 mícrons ou menos, comumente usados para embalagens, precisam ser biodegradáveis. Caso as embalagens não sejam oxibiodegradáveis, os importadores e fabricantes precisam de licença da Saudi Arabian Standartization Organization (Saso). As empresas devem anexar carta do importador, informando que os padrões serão seguidos para remessas futuras.