Uma entrevista exclusiva com o arqueólogo egípcio Zahi Hawass (foto acima) é destaque do Boletim da ANBA, excepcionalmente enviado nesta terça-feira (18). O egiptólogo está no Brasil para uma série de palestras e visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. Ele falou sobre suas escavações mais recentes e disse que espera anunciar uma nova descoberta em breve. “Eu espero poder encerrar minha carreira com a famosa tumba intacta no Vale dos Reis”, afirmou. O túmulo a que ele se refere é o de Ankhesenamun, esposa do célebre faraó Tutancâmon. “Eu estou procurando [também] a tumba da rainha Tiy – que era a esposa de Amenhotep III e avó de Tutancâmon -, e talvez Nefertiti tenha sido enterrada em algum lugar neste vale, o Vale Ocidental”, acrescentou. O pesquisador destaca que sua escavação é a maior já realizada no Vale dos Reis, em Luxor, desde Howard Carter, britânico que descobriu o túmulo do Rei Tut em 1922, com a diferença que sua equipe é 100% egípcia.
Ainda na Câmara Árabe, Hawass disse que o Egito é seguro para o turismo e convidou os brasileiros a visitar seu país. “Todos os sítios [históricos] são muito seguros, nada pode acontecer com os turistas”, garantiu. Ele ressaltou que as receitas do turismo são essenciais para a manutenção dos monumentos do Egito Antigo, “um patrimônio mundial”.
O arqueólogo ainda lamentou o incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro em 02 de setembro, qualificando aquele como “um dia negro para a história da arqueologia egípcia”. O museu guardava uma grande coleção de artefatos egípcios, como múmias e obras de arte, que havia sido iniciada pelo imperador Dom Pedro II.