São Paulo – A falcoaria é praticada no Oriente Médio há milênios. Modalidade de caça com aves de rapina, é uma atividade popular até hoje, principalmente em países do Golfo. No Souq Waqif, mercado em Doha, no Catar, por exemplo, há uma área totalmente dedicada ao esporte, onde é possível comprar seu falcão e todos os acessórios necessários, bem ao lado de lojas de souvenires e restaurantes que tanto atraem os turistas ao local.
Em Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos, existe até uma escola de falcoaria, fundada em 2016, e que este ano formou a primeira turma de meninas falcoeiras. Clubes, festivais e campeonatos são comuns no Golfo, onde a prática é considerada patrimônio cultural.
A reportagem da ANBA já deu várias vezes de cara com falcões e falcoeiros em viagens a países da região. No ano passado, na recepção do hotel Shagri-La, em Doha, uma ave e seu treinador recebiam os hóspedes. O rapaz convidava os visitantes a segurar e acariciar o animal.
Vestida a luva para proteção contra as garras, o bicho sobe no pulso e fica lá empoleirado. Uma graça, adora um cafuné no peito. Ótima experiência, e nenhum dedo a menos.
Quando os falcões não estão em ação, os treinadores colocam nas aves um capuz que cobre os olhos. O objetivo é evitar que o animal inesperadamente voe atrás de uma presa, ou que se assuste com a movimentação ao redor. E essa movimentação pode ser bastante intensa!
Em 2011, os Emirados completaram 40 anos de fundação, e como parte das comemorações, exposições e apresentações folclóricas foram realizadas no Dubai Mall, gigantesco centro de compras em Dubai. Não podiam faltar o falcão e seu falcoeiro, no meio do enorme fluxo de turistas e consumidores.
Mas o encontro mais inusitado com estes animais ocorreu num voo de Jeddah, na Arábia Saudita, para Casablanca, no Marrocos, também em 2011. O repórter estava sentado, aguardando o avião decolar, quando duas enormes asas se elevaram acima do encosto de uma poltrona mais à frente. “Mas que raios?!” Era preciso investigar. Enquanto o dono lia o jornal tranquilamente, no assento ao lado dois falcões de pé, comportados, mas com coleiras de segurança, claro. E seguimos a longa viagem, sem nem um pio.