Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Bacia de Camamu – Almada, ainda não produtora e localizada no litoral da Bahia, guarda grande potencial de petróleo e gás em águas profundas, além das descobertas já realizadas em águas rasas. A novidade integra o estudo realizado no local pela Coordenação de Pesquisa e Pós Graduação em Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A estimativa é que a bacia tenha um volume gerado e “expulso” (fora das rochas) de 42 bilhões de barrís de óleo e 2,8 trilhões de m³ de gás e que 10% desse total estejam disponível em reservas.
Segundo o Superintendente de Licitações da Agência Nacional de Petróleo, Milton Franke, este resultado foi o que mais surpreendeu, entre os estudos desenvolvidos, durante dois anos, por universidades brasileiras contratadas pela Agência e que foram apresentados hoje, na sede da ANP, nesta capital, no seminário “Estudos de Bacias Brasileiras”.
Franke explicou que, com base no estudo Camamu – Almada, foi incluída na 6ª rodada de licitação de petróleo que acontecerá na segunda quinzena de agosto deste ano, “e porque há empresas de petróleo interessadas em investir nesta bacia”.
Segundo ele, os estudos conduzidos pela ANP têm os objetivos de definir blocos para a licitação e estimular novas empresas a investirem no Brasil. Eles também fazem parte do pacote de dados que a ANP oferece para as companhias de petróleo, porque reconstituem a história geológica das bacias, apontam riscos e identificam o potencial exploratório de cada uma.
O estudo sobre a Bacia de Camamu – Almada foi apresentado por Ricardo Bedregal, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Modelagem e Análise de Bacias da COPPE, e pelo vice–coordenador Félix Gonçalves. A bacia é denominada “Nova Fronteira”, por ser pouco conhecida a sua capacidade em águas profundas. Sua exploração exigirá grande investimento em tecnologia de ponta e pesquisa. A possibilidade é que existam cem poços no local, quando na de Campos são quase 600. Mas em compensação, o óleo é de excelente qualidade, fino e tem entre 30 e 35 graus.
Foram apresentados, ainda, estudos sobre as bacias de Santos e de Pernambuco – Paraíba que são consideradas atrativas pela ANP para a 6ª Rodada de Licitações. Em Santos, o trabalho apontou novidades, como o potencial de descobertas em águas ultra-profundas, até o sul da Bacia, na região de Pelotas.
A Bacia de Pernambuco – Paraíba ainda é uma incógnita, porque o levantamento sugeriu a realização de estudos de geoquímica orgânica para medir a quantidade de óleo e gás que existe no fundo marinho.
A ANP investiu R$ 20 milhões na realização dos estudos. Segundo Milton Franke, novos estudos sobre bacias brasileiras serão contratados com dez universidades, cada um ao custo de R$ 3 milhões. Entre elas, o que avaliará a exploração no mar de Itaipuaçu, distrito de Maricá, no Rio de Janeiro.