Marina Sarruf
São Paulo – A rede de lojas brasileira H.Stern, especializada em jóias, sediada no Rio de Janeiro, exporta para os árabes desde o ano passado e busca novos distribuidores locais. A empresa já tem relações comerciais com a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e com o Bahrein.
"Nosso foco no momento é desenvolver e fortalecer uma rede de distribuidores na região, que representem bem a marca H.Stern e tenham o poder de promover e vender nossas jóias", afirmou Andréa Hansen, diretora internacional da H.Stern, em relação aos países árabes.
Os negócios entre o Brasil e o Oriente Médio são feitos por meio de parcerias, já que ainda não está nos planos imediatos da empresa abrir lojas H.Stern nos países árabes. Em Dubai, a empresa é representada pelo Al Tayer Group e, em Bahrein, pelo Bahrein Jewelry Center, que compram os produtos da marca e os revendem. "Nossos parceiros compram, dentre as nossas coleções internacionais, as linhas que julgam mais adequadas ao mercado local", completou Andréa.
De acordo com a diretora, as jóias vendidas pelos parceiros árabes fazem parte de algumas das coleções da H.Stern mais vendidas no mundo todo. "Hoje em dia, a moda e o comportamento são globalizados", disse Andréa. Para ela, as jóias que fazem sucesso entre as mulheres da cidade de São Paulo são as mesmas que fazem sucesso entre as mulheres do Rio de Janeiro, Nova York, Buenos Aires, Paris e cidades dos países árabes.
Pedras brasileiras
O Brasil é o maior produtor mundial de gemas coloridas. Produz mais de um terço de todas as gemas comercializadas, com exceção do diamante, rubi e safira. Está na 14ª posição no ranking mundial da produção de ouro e é o segundo maior produtor de topázio imperial e turmalina, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
De acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), o Brasil exportou US$ 613,9 milhões em pedras, ouro e folheados em geral em 2003, sendo que só para Arábia Saudita foi exportado pouco mais de US$ 1milhão e para os Emirados Árabes Unidos US$ 160,2 mil.
Segundo o instituto, a meta do setor é exportar US$ 1 bilhão em 2006. Entre 2000 e 2003 houve um crescimento de 50% nas vendas externas.
O volume das exportações de jóias e pedras lapidadas brasileiras aumentou 27% de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo período de 2003. Nesse quadrimestre, as vendas já somam US$ 242 milhões, sendo que a meta para esse ano é de US$ 700 milhões.
Entre os países que mais compraram pedras lapidadas do Brasil no ano passado estão os Estados Unidos, Taiwan, Japão e Alemanha. Já entre os destinos das joalherias de ouro brasileiras estão Arábia Saudita, Estados Unidos, Suíça, Israel, Alemanha e Itália.
Segundo Andréa, entre as jóias da H.Stern compradas pelos parceiros de Dubai e Bahrein estão as pedras brasileiras, como cristal, turmalinas e citrinos.
História
Em 1945, Hans Stern, jovem alemão, abriu no Rio de Janeiro um pequeno negócio de compra e venda de pedras brasileiras, que posteriormente deu início à rede de lojas H.Stern.
Primeiro a empresa se expandiu para países latino-americanos, depois, em 1964, as jóias entraram na Europa e no Oriente Médio. Atualmente, com quase 3 mil funcionários, a empresa conta com 160 lojas, sendo 90 no Brasil, em 12 países como Estados Unidos, França, Alemanha e Israel.
A sede da H.Stern está localizada no bairro de Ipanema, na cidade do Rio. Tem 14 mil metros quadrados e abriga desde escritórios, butiques, oficinas de lapidação até museu. A empresa foi a primeira da América Latina a montar seu próprio laboratório de análise de pedras preciosas e metais nobres.
O percentual de exportação da H.Stern é de 45% em relação ao faturamento anual da empresa, cujos números ela não divulga.
Contato
www.hstern.com.br