Marina Sarruf
São Paulo – A 13ª edição da Jewellery Arabia, umas das maiores feiras de jóias do Oriente Médio, que foi realizada entre os dias 6 e 9 de outubro, no Bahrein, gerou entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões em negócios para as empresas brasileiras que participaram do evento, de acordo com estimativas do diretor do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Edmundo Calhau.
"As exportações do setor tendem a crescer para os países árabes. Durante a feira as empresas brasileiras podem ter fechado negócios entre US$ 1,5 milhão a US$ 2 milhões e a expectativa é de que nos próximos 12 meses fechem US$ 3,4 milhões a partir do evento", afirmou Calhau, que ainda não tem o balanço final da feira.
Neste ano dez empresas foram para o Oriente Médio com o apoio da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e do IBGM. O Brasil participou com um pavilhão numa área nobre da feira.
De acordo com o diretor do IBGM, alguns estandes, como o da fabricante de jóias Vancox, que foi pela quarta vez à mostra, e o da Fiamma, que expôs pela primeira vez, se destacaram durante o evento. "Mas é impossível analisar o resultado de apenas uma edição, é preciso ter no mínimo três edições para avaliarmos se está sendo positivo", explicou Calhau.
Segundo a diretora da Fiamma, Ana Vitória Motta e Motta, a feira foi super positiva. A Fiamma deve voltar à Jewellery no ano que vem. "Acertamos o perfil dos consumidores e ainda fechamos negócios com duas joalherias tradicionais do Bahrein, a Ásia Jewellery e a Bahrein International Jewellery", disse Ana.
A empresa vendeu em torno de 100 peças com valores entre US$ 900 a US$ 12 mil. Ela explicou que umas das recomendações da organização da mostra era que os expositores não vendessem peças por menos de US$ 1 mil.
"Além de vender peças para as duas joalherias, eu também fiz contato com uma loja da Arábia Saudita e com uma outra cadeia de lojas. Foi uma surpresa muito positiva, pois eu pensava que ia fazer vendas apenas no varejo", afirmou Ana. A empresária contou que os próprios clientes de outras joalherias presentes na feira comentavam sobre a empresa brasileira, o que despertava curiosidade e interesse nos empresários em conhecer os produtos da Fiamma.
A feira também foi considerada positiva pelo diretor da Vancox, Ricardo Bronfen. "Tivemos um crescimento de 30% nas vendas realizadas este ano em relação ao ano passado", disse Bronfen, que levou peças no valor de US$ 500 a US$ 7 mil. A empresa ainda fez muitos contatos com representantes da Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos e outros países do Oriente Médio.
Exportações
As exportações brasileiras de pedras preciosas, barras de ouro, jóias folheadas, bijuterias e outros metais preciosos somaram US$ 459,8 milhões nos meses de janeiro a agosto de 2004. O crescimento é de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as exportações atingiram US$ 377,9 milhões, segundo informações do IBGM.
O item mais embarcado para fora do país é o ouro, vendido em forma de barras, fios e chapas. Só este ano, o país já exportou US$ 281,3 milhões do produto contra US$ 221,6 milhões nos primeiros oito meses do ano passado, um aumento de 27%. Porém, de acordo com Calhau, o volume de produtos finais exportados deve se aproximar das vendas de ouro em barra nos próximos anos. "Atualmente são exportados 60% de ouro e 40% de produtos trabalhados", disse Calhau.