Geovana Pagel
São Paulo – A joalheria Vancox, com fábrica em Belo Horizonte, está prestes a fechar um novo contrato com um grande importador de Riad, capital da Arábia Saudita. O contato mais recente foi realizado no domingo (05), quando o empresário saudita visitou o estande da empresa na 42ª Feira Nacional da Indústria de Jóias, Relógios e Afins (Feninjer), que termina hoje na capital paulista.
"Nós já vendemos para ele em pequena escala. Agora estamos negociando um contrato bem maior", contou a gerente de marketing, Valéria Barbosa. A Vancox exporta desde 1999. O mercado árabe importa suas jóias há cinco anos. "A mulher árabe culturalmente adora jóias. O que percebemos é que cada vez mais elas estão buscando design e estilo que somente as peças exclusivas podem oferecer", explica.
"É justamente por isso que nossas jóias exclusivas, que abusam da variedade e colorido das pedras brasileiras fazem tanto sucesso no mercado árabe", afirma. A empresa investe pesado em design. Dos 50 funcionários da empresa, 10 são designers.
A participação em mostras internacionais no mercado árabe também é outra prioridade da fabricante. Todos os anos ela marca presença em feiras no Bahrein e nos Emirados Árabes Unidos. "Na feira do Bahrein, por exemplo, que é um evento de varejo, tem mulheres que gastam US$ 20 mil em uma compra", comemora. Segundo Valéria, na edição da Jewellery Arabia de 2006, a participação da Vancox já está confirmada.
A Vancox é uma das 150 empresas expositoras da Feninjer. Organizada pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) duas vezes por ano, a Feninjer apresenta os lançamentos das principais indústrias de jóias do país.
Considerada pelos especialistas a maior feira de jóias da América Latina, atrai compradores nacionais e internacionais. A Feninjer de 2005 atingiu um volume de negócios de R$ 101 milhões. A perspectiva dos organizadores para esse ano é crescer cerca de 3%.
Para abrir o ano de 2006, as peças seguem o ciclo de tendências das passarelas das principais semanas de moda do Rio de Janeiro e de São Paulo e abastecem as vitrines com novidades para o Dia das Mães e Namorados.
"Mais uma vez o mundo busca suas preciosidades no Brasil. A jóia brasileira está à frente das novas tendências internacionais e apresenta a vanguarda do luxo contemporâneo", afirma Regina Machado, consultora de estilo do IBGM. "O Brasil exporta, também nas jóias, o otimismo e a alegria de viver", ressalta.
Fé fashion
Escapulários, medalhinhas e patuás viraram febre entre os lançamentos. Várias empresas apostam na união da fé e do misticismo à moda. A Arrigone, do Rio de Janeiro, investiu em pingentes com imagens de Nossa Senhora, do Espírito Santo e também nos símbolos de proteção como figa, olho grego, ferradura, pimenta, entre outros.
"Os temas que remetem aos aspectos de nossa cultura, através dos símbolos de nossa religiosidade plural estão sendo cada vez mais valorizados no grande mercado global", afirma a consultora Regina.
E como 2006 é ano de Copa do Mundo, muitas fabricantes como a goiana Domanni buscaram inspiração na paixão nacional. A linha Pátria Amada, inclui pulseiras, brincos e pingentes com miniaturas do mapa brasileiro, das chuteiras, dos jogadores e das camisetas, principalmente a de número 10.
De acordo com Regina, nesse ano a inovação da tendência surge através do detalhe particularizado e, nesse sentido, a cultura brasileira está em alta na joalheria. "Com a copa, a mídia internacional intensificará a divulgação e a valorização do nosso estilo de vida", destaca.
Cores e pedras
Os tons fortes dos azuis do topázio London Blue, as variações de verdes das esmeraldas, turmalinas e o vermelho dos rubis alegram as peças e atraem a atenção. O quartzo é usado em seus mais variados tipos. A gema pode ter variações do quartzo cristal aos com efeitos especiais, como os rotulados.
"São utilizadas muitas gemas em lapidações diferenciadas e em ousadas composições cromáticas. A joalheria em 2006 surge sem medo das cores e de suas gemas e das variadas texturas dos seus metais", afirma a consultora Regina.