Isaura Daniel
São Paulo – O Brasil aumentou as suas importações de algodão egípcio e também de fios e tecidos feitos com a fibra. As compras do algodão cresceram 132% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 1,045 milhão para US$ 2,43 milhões, e as de fios aumentaram 37,8%, de US$ 1,1 milhão para US$ 1,5 milhão. As importações de tecidos também tiveram uma alta de 119,7%, mas os valores são bem menores: de US$ 58 mil para US$ 127,4 mil.
O algodão cultivado no Egito é de fibra longa ou extralonga, que permite a fabricação de fios bastante finos e resulta em tecidos mais macios e mais agradáveis ao toque. “Muitas empresas têxteis brasileiras estão querendo fabricar produtos de alta qualidade e o melhor produto para isso é o algodão egípcio”, diz o cônsul comercial do Egito em São Paulo, Mohamed Bakri Agami. A Selene, fabricante de tecidos, meias e confecções de Cerquilho, interior de São Paulo, é uma das empresas brasileiras que passou a importar o algodão.
Desde o início do ano, a Selene importou seis contêineres de fios de algodão egípcio, de acordo com o coordenador de suprimentos da empresa, Sérgio Miragaia. “Criamos uma linha mais nobre de meias”, explica o coordenador. A intenção da Selene é continuar importando o algodão egípcio já que as meias lançadas, nas quais os fios de algodão egípcio são a matéria-prima, foram bem aceitas no mercado nacional. No ano passado, a empresa não chegou a comprar o produto e em 2004 comprou três contêineres.
Assim como a Selene, pelo menos outras dez empresas nacionais começaram a comprar fios e tecidos de algodão egípcio neste ano, de acordo com informações da Lotas, empresa de comércio exterior que trabalha com importação do produto. O diretor da companhia, Adel Ashmawi, acredita que o dólar favorável às importações está ajudando a impulsionar as compras. “Dá para importar o produto por um preço razoável”, diz Ashmawi. “O preço dos fios está bom porque o dólar está bom”, concorda Miragaia.
Promoção
De acordo com o diretor da Lotas, as empresas que passaram a comprar fios e tecidos de algodão egípcio são tecelagens, malharias, fabricantes de produtos de cama, mesa e banho, além de produtoras de linhas para costura. A procura do consumidor brasileiro por produtos diferenciados, de maior qualidade, também é citada por Ashmawi como um fator que influenciou o aumento das importações.
O cônsul comercial do Egito em São Paulo lembra ainda da Exposição do Algodão Egípcio, que foi promovida em outubro do ano passado na Câmara de Comércio Árabe Brasileira e ajudou a promover o produto no Brasil. A exposição teve o apoio da Lotas e do escritório comercial do Egito em São Paulo. Empresários brasileiros puderam ver os produtos da cadeia, desde o algodão, fios e tecidos até produtos acabados, como lençóis e roupões.