Cairo – A empresa egípcia Mansoura Glass Co. planeja aumentar a capacidade para atingir produção diária de 200 toneladas em cinco anos. Atualmente a companhia, fabricante de vidro e produtos de vidro, produz 50 toneladas ao dia. Segundo o diretor de Marketing da Mansoura Glass Co., Mohamed Hamed (foto acima), a empresa adquiriu novo terreno para construir vários fornos e cumprir o plano.
De acordo com o executivo, principalmente no ano passado até o primeiro trimestre deste ano, antes da guerra russo-ucraniana, a companhia egípcia conseguiu abrir novos mercados e aumentar as exportações. A Mansoura Glass Co. se expandiu nos mercados do Oriente Médio, Norte, Sul e Leste da África e começou a entrar na África Ocidental recentemente. Também estabeleceu forte presença na Europa Ocidental, no Sul e Leste europeus.
“Um novo mercado que chama a atenção da empresa por suas altas taxas de crescimento é o brasileiro e da América Latina”, disse Hamed. Segundo ele, a companhia iniciou a atuação na região em 2018 e o interesse aumentou por causa da alta demanda registrada em 2020. Na América Latina, a empresa vê boa demanda também na Venezuela e no Chile, ao contrário da Argentina.
Segundo o executivo, a demanda apresentada pelo mercado brasileiro em 2021, inclusive, foi superior à capacidade de produção da empresa. A Mansoura Glass Co. tentou encontrar então um equilíbrio para atender a essa demanda e ao mesmo tempo outras solicitações. O Brasil respondeu, no ano passado, por 50% da exportação da companhia egípcia. Este ano, no entanto, a demanda global – e a brasileira em particular – foi afetada pela crise que atingiu a maioria dos países.
Empresa
A Mansoura Glass Co. foi fundada no início de 1985 por Hajj Abdullah al-Sharei, que começou a fabricar vidro da maneira artesanal na cidade de El Mansoura, que fica cerca de 120 quilômetros do Cairo, capital do Egito. A empresa se expandiu com terrenos na cidade de 10º do Ramadã, com o objetivo de montar uma fábrica maior para atender à crescente demanda por seus produtos dentro e fora do Egito.
Com as novas instalações, o objetivo também era produzir em linha com os mais recentes sistemas internacionais da produção de vidro, conseguindo diversidade de produtos artesanais e modernos.
A nova fábrica da empresa, na cidade de 10º do Ramadã, começou a funcionar em 2009 e com o tempo, a capacidade de produção saiu de 15 toneladas por dia para 45 toneladas diárias. Hamed estima que a capacidade de produção das duas fábricas da empresa, em El Mansoura e em 10º do Ramadã, é de 50 toneladas por dia atualmente.
Futuro
Hamed afirmou que os preços do gás natural subiram globalmente, o que afetou os preços das matérias-primas utilizadas na indústria vidreira. Segundo o executivo, isso causou aumento acentuado no custo de produção, especialmente porque o Egito depende da importação da maioria dos produtos químicos necessários para essa indústria, como o carbonato de sódio.
O diretor de Marketing disse, no entanto, que apesar desses aumentos, a indústria vidreira no Egito permanece estável graças aos baixos preços do gás dos quais o mercado egípcio desfruta, que ainda são competitivos em relação aos países da União Europeia. De acordo com Hamed, isso dá ao produto egípcio uma oportunidade de penetração cada vez maior no mercado vidreiro. Segundo ele, essa indústria se baseia na posse de máquinas caras que produzem produtos de alta qualidade a preços elevados.
Investidores
Hamed disse que a indústria vidreira no Egito é atrativa para investidores, sejam locais ou estrangeiros. Segundo ele, um dos motivos é que o país possui o elemento mais importante dessa indústria, que é a areia, exportada para vários países do mundo. Além disso, o Egito tem os melhores tipos de calcário do mundo, preço favorável do gás natural e da mão de obra em relação a muitos países vizinhos.
As exportações de vidro e seus produtos do Egito aumentaram 32% no período de janeiro a maio, atingindo US$ 226 milhões ante US$ 171 milhões no mesmo período do ano passado, segundo o relatório do Conselho de Exportação de Materiais de Construção, Refratários e Indústrias Metalúrgicas.
*Traduzido do árabe por Ahmed El Nagari