Nairóbi – A Emirates News Agency (WAM), agência de notícias dos Emirados Árabes Unidos que é parceira estratégica do Congresso Global de Mídia (GMC, na sigla em inglês), lançou o ‘White Paper’ anual do evento sobre as tendências, desafios e oportunidades do setor de mídia global, em Nairóbi, no Quênia.
A segunda edição do Congresso Global de Mídia ocorreu em novembro do ano passado em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, organizado pelo Grupo ADNEC. O evento reuniu cerca de 24 mil especialistas e visitantes durante três dias para tratar das questões mais urgentes enfrentadas pela mídia global.
No evento no Quênia, no qual foi lançado o relatório do congresso, participaram líderes da mídia, funcionários do governo, acadêmicos, influenciadores e outras personalidades do segmento e de fora dele em torno do tema “Liderança decisiva em um cenário de mídia cada vez mais complexo”.
O painel de discussão teve a participação de Mohamed Jalal Alrayssi, diretor-geral da WAM (na foto acima, ao microfone); Ochieng Rapuro, editor-chefe do Standard Media Group; Kanika Saigal, editora de negócios do Africa Report, e Joseph Odindo, professor sênior da Aga Khan School of Media, University Graduate School of Media and Communication. A conversa foi moderada por Davina Leonard, escritora, atriz e produtora de filmes.
Avançando nos temas centrais do documento, como a mudança de comportamento do público, o papel da tecnologia, o jornalismo esportivo e ambiental e muito mais, o encontro teve painel de discussão focado no papel desses assuntos no cenário da mídia queniana e africana em geral.
A discussão abordou os problemas mais urgentes enfrentados pela mídia no Quênia e em outros países, com foco especial nos desafios e oportunidades apresentados pela tecnologia, em todas as suas formas.
Joseph Odindo enfatizou a importância da alfabetização digital no treinamento de jornalistas mais novos, observando que é necessário revisar os currículos universitários para atualizá-los com as novas tecnologias. Grande parte da conversa girou em torno do papel da inteligência artificial, com Ochieng Rapuro argumentando que o treinamento com a ferramenta é fundamental para uso no jornalismo regional.
As observações foram repetidas por Alrayssi, que foi além e defendeu a proteção dos jornalistas no processo de incorporação de novas tecnologias, enfatizando a importância da cooperação global. “Temos que trabalhar juntos internacionalmente para promulgar leis e regulamentos para proteger nossos direitos autorais como jornalistas.”
O Congresso Global de Mídia promove os ‘Media Future Labs’, uma série de debates francos e abertos em mesas redondas lideradas por aqueles que estão moldando o futuro do setor de mídia. O ‘White Paper’ é um produto dessas discussões, abordando questões fundamentais sobre o futuro do setor de mídia.
Segundo o diretor-geral da WAM, o setor de mídia está passando por mudanças rápidas, que exigem uma liderança decisiva. “Neste ‘White Paper’, exploramos as decisões que os líderes da mídia precisam tomar – como incorporar ou não a inteligência artificial em suas operações – decisões que inevitavelmente podem ter consequências profundas. No entanto, o que está claro, tanto no painel (no Quênia) quanto nas discussões no Congresso Global de Mídia, é que a mídia está fundamentalmente esperançosa em relação ao futuro. É claro que há desafios pela frente, mas é muito animador ver como os líderes da mídia são apaixonados pela criação do setor de mídia sustentável do futuro, no Quênia e em outros países”, continuou.
Capítulos do White Paper
O primeiro capítulo do relatório é “Inteligência Artificial na mídia: uma mudança radical ou outra onda na maré de inovação?”. Também são capítulos “O renascimento do jornalismo impresso?”, “Uma nova maneira de entender o público”, “Aproveitando o poder dos esportes femininos dentro e fora do campo”, “O papel da tecnologia na promoção do engajamento do público esportivo”, “Inteligência Artificial e alfabetização midiática: as novas fronteiras da desinformação”, “Jornalismo ambiental: superando a divisão entre assuntos e leitores” e “Jornalismo de dados: uma ferramenta poderosa nas mãos certas”.