Micro e pequenas indústrias de calçados do Rio Grande do Sul aumentaram em 45% os negócios realizados durante a Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), que ocorreu na última semana na capital paulista. O grupo de 48 empresas que ocupou o estande coletivo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) fez contatos e negócios de R$ 11,6 milhões com compradores brasileiros e do exterior, entre eles de países árabes como Argélia e Arábia Saudita.
De acordo com o coordenador estadual do setor da Indústria da Moda do Sebrae-RS, Paulo César Bruscato, foram feitos contatos para vendas futuras, e também exportações efetivas, para África do Sul, Bolívia, Grécia, Panamá, Peru, Uruguai, Portugal, Guiana Francesa, Japão, entre outros. O total de negócios realizados foi de 2.646, segundo levantamento do Sebrae. A maioria dos negócios, porém, diz Bruscato, foi com clientes do mercado doméstico.
O coordenador afirma que o estande, de cerca de mil metros quadrados, foi procurado como referência pelos lojistas. "Eles passavam no estande para ter uma base do comportamento do mercado, tanto em valor quanto em qualidade, para depois visitar o restante da feira", diz Bruscato. Segundo ele, tanto compradores nacionais quanto internacionais buscaram isso no estande, o que atesta a referência que é o setor de calçados do Rio Grande do Sul.
De acordo com Bruscato, a busca da qualidade e o investimento em moda e design fazem parte de uma estratégia de mercado do Vale dos Sinos, região que é o maior pólo gaúcho de calçados. Essa foi uma maneira encontrada para garantir clientela, inclusive no exterior, apesar do dólar desfavorável para a exportação.
"A China, que é nossa maior concorrente, não faz mais só calçados de baixa qualidade. Mas a expertise do Vale dos Sinos ainda não há na China", afirma o coordenador. Segundo ele, a indústria está vendendo, então, em vez de para grandes magazines, para cadeias de lojas menores e boutiques. "Que buscam qualidade mais alta", diz. A agilidade das pequenas e microempresas, em atender pedidos e inovar, também ajuda nas vendas, diz ele.
Fonte: ANBA