São Paulo – A indústria é pequena. O trabalho é com teares manuais. E as pessoas que trabalham ali encontraram no ofício uma oportunidade de melhorar suas vidas. Mas os horizontes, na Moça Prendada, fabricante paranaense de acessórios como echarpes e bolsas, são amplos. A pequena empresa fabrica uma gama grande de produtos finos, para boutiques de público sofisticado, e apesar de ter apenas dois anos de existência, já colocou suas peças em prateleiras e araras de vários países, entre eles o Egito.
As exportações para o país árabe foram feitas depois da participação da marca na feira Première Classe, em Paris, na França, em setembro do ano passado. As compras, de acordo com Jeferson Grassi, sócio da Moça Prendada, foram de um distribuidor local e incluíram produtos como echarpes, bolsas e lenços.
A empresa tem, na sua carteira de produtos, cachecóis, echarpes, lenços, colares, bolsas, coletes, boleros e saias. E os diferenciais dos artigos vão desde a matéria-prima com a qual são confeccionados, fitas a base de rayon, de viscose com poliamida, italianas, até o tingimento, que é alemão, e o uso de produtos como pedras, pérolas e cristais. Incluindo neste pacote o trabalho dos tecelões, uma echarpe chega ao lojista por cerca de R$ 225. Grassi explica que a companhia faz questão de manter o trabalho manual. “Para criar empregos.”
E de onde saiu esta empresa? Da história de um casal, Jeferson e Rosângela Grassi. Na verdade, principalmente do empreendedorismo de Rosângela, que se mudou há cerca de dez anos, junto com o marido, da cidade paranaense de Cascavel para a capital, Curitiba. "Eu tive que mudar de cidade por causa do meu trabalho, como coordenador de trade marketing em supermercados", conta Grassi. Com a transferência, Rosângela entrou para a mesma área do marido, mas se viu sem ter o que fazer quando a empresa para a qual trabalhava fechou e demitiu todos os funcionários.
Foi aí que a empreendedora começou a procurar uma nova ocupação. E aprendeu a fazer cachecóis e echarpes. Primeiro para ela mesma. Depois os produtos viraram presentes para as amigas. E vieram os pedidos de um, de outro. Rosângela, que fazia o trabalho de graça, teve que começar a cobrar. E chamou a irmã para ajudá-la. Depois a outra irmã, depois a mãe. E depois ainda a pessoa que trabalhava na casa da mãe como ajudante. Então a Moça Prendada virou empresa formal, em 2009.
A participação em uma feira do Japão, em 2009, abriu as portas do exterior para a indústria, no próprio mercado japonês. E no ano passado, Grassi deixou seu emprego para ajudar a tocar a empresa, da qual já era sócio. A lista de clientes no exterior inclui, além de Japão e Egito, países como Inglaterra, Suíça, EUA, Itália e México, entre outros. Mas Grassi conta que as vendas lá fora estão restritas a 5% da produção, em função da valorização do real frente ao dólar.
A Moça Prendada, no entanto, não vai deixar de investir no exterior e está montando uma estratégia para isso. O plano é mantido em sigilo por enquanto. Mas Grassi revela que, no mundo árabe, a intenção é conseguir mais clientes e distribuidores, inclusive no próprio Egito. E diz que quer reforçar a presença da marca também no Brasil. Foi aberta uma loja própria, em Curitiba, há dois meses, dentro de um projeto piloto. A produção já cresceu 20% neste mês e deve aumentar mais 20% antes que julho acabe.
Contato
Moça Prendada
Telefone: +55 (41) 3027-7658
Site: www.mocaprendada.com
E-mail: comercial@mocaprendada.com