São Paulo – A água será o elemento chave na arquitetura e expografia do Pavilhão do Brasil na Expo Dubai 2020, exposição universal que ocorrerá no emirado. O escritório responsável pelo projeto que representará o Brasil no evento é o JPG.ARQ, vencedor do Concurso Público Nacional de Arquitetura e Expografia Pavilhão do Brasil na Expo Dubai 2020. O campeão foi divulgado na última segunda-feira (12) e, além do JPG.ARQ, os escritórios BEN-AVID e MMBB também criaram e darão vida à iniciativa.
O concurso, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), foi norteado pelo tema “Juntos pela Diversidade”, que guiará o Pavilhão do Brasil. A temática se divide, ainda, em natureza, pessoas e o amanhã.
O projeto apresentado pelos arquitetos coloca “as águas brasileiras com seus rios e mangues” como símbolo do País. “O mote poético é o Rio Negro, importantíssimo rio brasileiro. Ele é preto porque está cheio de decomposição da floresta. Tem uma simbologia que chama a atenção para um Brasil que é desconhecido. Das paisagens fluviais, das comunidades ribeirinhas. Não é o Brasil da costa marítima”, disse José Paulo Gouvêa, coordenador do JPG.ARQ para o desenvolvimento de projetos, em entrevista à ANBA.
Chão do Brasil em Dubai
Para mostrar a riqueza delicada do Brasil, país conhecido por sua reserva de água doce e aquíferos, o pavilhão traz no chão de concreto preto uma fina lâmina d’água que evoca essa imagem do Rio Negro. “É um grande espelho d’água. Claro que tem o viés contemplativo, mas a ideia é que seja [um espaço] para brincar com as crianças em um dia quente. Também é um lugar de celebração”, destacou o arquiteto.
O projeto, relata Gouvêa, quer mostrar nos Emirados Árabes um Brasil que fuja da ideia de obscuro. “Por isso tem essa leveza, transparência e elegeu o tema da água como uma coisa fundamental”, afirmou o arquiteto. “Tem uma coisa que, pessoalmente, me encanta, que é o uso da água em Dubai. Elegemos a água brasileira como tema, mas a água de Dubai também é um recurso raro que tem que ser bem cuidado”, acrescentou.
Dentro do Pavilhão haverá projeções refletidas no tecido que faz parte da estrutura. “Isso mostra como a concepção da exposição está totalmente conjugada com a arquitetura. Como se arquitetura e a expografia tivessem o mesmo suporte. São dois aspectos que estão ligados. E tem uma analogia da estrutura com o mundo árabe, que é sobre o tecido. Essa transparência é um elemento sutil. A decisão de usar o tecido não é direta, mas dá para dizer que tem uma referência”, concluiu Gouvêa.