São Paulo – Há mais de cinco gerações, elas tiram, da piaçava (espécie de palha), os mais variados objetos. Produzem bolsas, tapetes, jogos americanos, carteiras, chapéus e acessórios diversos na chamada Costa dos Coqueiros, no Litoral Norte da Bahia, região que vai do município de Lauro de Freitas até Mangue Seco. Depois de conquistar o Brasil e o exterior com as suas criações, as participantes da Associação de Artesãos de Porto de Sauípe Associados (APSA) querem investir ainda mais nas vendas fora do país.
Baseadas na cidade de Entre Rios, a 134 quilômetros da capital Salvador, as empreendedoras da piaçava já mandaram suas peças para a Bélgica, Chile, Estados Unidos, Itália e Portugal, mas sempre por intermédio de empresas de exportação. De acordo com a presidente da APSA, Maria Joelma Bispo Silva, o plano é investir cada vez mais em treinamento e qualificação para, mais adiante, negociar diretamente com os compradores estrangeiros.
Nesse sentido, a associação conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia (Sebrae-BA) e ainda participa do projeto Talentos do Brasil, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Foi por intermédio do programa, aliás, que as baianas já mandaram suas peças para eventos em Paris, na França, em 2009 e 2010, por exemplo.
E os clientes árabes, interessam? “Ainda não tivemos acesso a esses compradores, mas queremos vender para eles sim”, diz Joelma. “Já estamos sabendo que há investidores árabes interessados na Costa dos Coqueiros”, conta. “Vão comprar tudo por aqui”, brinca a artesã.
Joelma explica que as bolsas e carteiras de piaçava são as campeãs de vendas dentro da linha de produtos das artesãs. Hoje, as 35 mulheres que formam a associação possuem uma loja dentro do complexo hoteleiro Costa do Sauípe, na Bahia, e participam de feiras ao longo do ano em vários estados do Brasil, nas quais fecham as encomendas para lojas. “São eventos e rodadas de negócios em mercados como Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, entre outros”, afirma.
Segundo a presidente da APSA, sobram elogios ao talento das artesãs, as mesmas que “só precisam nascer” na Costa dos Coqueiros para “conhecer a técnica” e trabalhar a piaçava. “É muito gratificante ver o nosso trabalho reconhecido dentro e fora do Brasil”, conta.
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