São Paulo – Há cidades que atraem turistas por sua beleza, outras porque têm história para contar e outras, ainda, são pólos gastronômicos e culturais. Mas também há Curitiba. A capital do Paraná reúne beleza, tem história, muita cultura e delícias da culinária. Hoje, a cidade de 1,8 milhão de habitantes se orgulha das qualidades que lhe permitem ser grande sem ser caótica. Quer um exemplo? Sobra em Curitiba a área verde que falta nos grandes centros urbanos.
Uma das principais casas de espetáculos da cidade, por exemplo, fica no meio do verde, no Parque das Pedreiras-Paulo Leminski. Construída em 1992, a Ópera de Arame tem capacidade para receber mais de 1,6 mil pessoas e geralmente é palco de apresentações musicais e de peças de teatro.
Quem assiste às apresentações na Ópera de Arame é beneficiado por três espetáculos ao mesmo tempo: aquele que é apresentado, o espetáculo da arquitetura, pois a Ópera é feita apenas de ferro e vidro, e o espetáculo da natureza. A Ópera fica sobre um lago cercado por árvores. É também neste parque que fica a pedreira, onde são realizados os grandes festivais a céu aberto da cidade.
Além do Parque das Pedreiras, Curitiba tem outras opções de áreas verdes, como os parques Tingui, Barigui e Tanguá. Neste último, os visitantes podem apreciar uma bela vista e passear em uma antiga caverna. A vista da cidade fica na parte alta do parque. A área para caminhadas e a caverna ficam na baixa. Embora longo, o passeio não exige preparo físico de atleta.
Uma visita a Curitiba também precisa contemplar o Jardim Botânico e sua famosa estufa, construída de aço e vidro e que guarda espécies da flora nacional. Na primavera, as mudas de flores reservam um espetáculo à parte nos jardins que cercam a estufa.
A natureza se faz presente em quase todos os lugares por onde se passa em Curitiba. Não à toa, é ela, também, que dá nome à cidade. Em Guarani, a palavra kur yt yba significa “pinheiral”. Os índios que viviam ali a chamavam assim porque havia uma grande quantidade de pinheiros-do-paraná na região.
Esse batismo dos índios ocorreu antes da fundação oficial da cidade, em 29 de março de 1693, quando foi realizada a primeira eleição da Câmara dos Vereadores e quando foi instalada ali a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Curitiba se tornaria um povoado em 1721 e por muitos anos seria utilizada como ponto de descanso dos tropeiros que viajavam do Rio Grande do Sul para São Paulo.
Já nos séculos 19 e 20, a capital do Paraná recebeu os imigrantes que chegavam da Europa e também se tornou o ponto de partida de uma ferrovia que acabava no Porto de Paranaguá.
Assim como muitas cidades brasileiras, Curitiba não foi planejada. Mas, diferentemente da maioria delas, ela depois se preparou para o crescimento. Ainda nos anos 1970, um plano urbanístico determinou a divisão das aéreas e bairros da cidade, ruas foram alargadas ou transformadas em avenidas e o sistema de transporte público foi implementado conforme as demandas de origem e destino dos passageiros.
Isso não significa, no entanto, que a cidade tenha abandonado suas características. Ainda hoje é possível, por exemplo, beber vinho artesanal produzido no bairro mais saboroso da cidade, o Santa Felicidade.
Embora os restaurantes ofereçam pratos de quase todos os cantos do mundo, é a gastronomia italiana que ganha destaque nos cardápios. Antes de se tornar reduto gastronômico da cidade, o Santa Felicidade recebeu colônias de imigrantes italianos. Hoje é possível provar até o vinho feito ali por alguns pequenos produtores. Vinho, claro, acompanhado das ótimas massas, pizzas, carnes e pratos de todos os lugares que há em Santa Felicidade.
Se a ideia do visitante é conhecer mais da cidade e apreciar seus espaços culturais, a dica é dispensar o transporte e ir a pé. É assim que se chega à Rua 24 Horas. Tudo lá, em teoria, fica aberto 24 horas por dia. Em seus cerca de 100 metros de comprimento, os visitantes encontram lanchonetes, lojas e até banca de flores. Esta “rua” é, na verdade, uma galeria que, assim como o Jardim Botânico e a Ópera de Arame, foi construída com aço e vidro. São materiais e traços arquitetônicos clássicos da capital paranaense.
Como cidade grande que recebeu grandes quantidades de imigrantes, Curitiba tem espaço para todas as culturas. Os árabes, por exemplo, têm um memorial no Centro da cidade. Construído em forma de cubo, tem arquitetura inspirada nos prédios mouriscos e uma biblioteca de livros sobre a cultura árabe. Também é decorado com uma escultura que representa o escritor Gibran Khalil Gibran.
O Memorial Árabe não é o único espaço de contemplação da cidade. Outro que atrai turistas de todos os cantos do país é o Museu Niemeyer, inaugurado em 2002 no Centro Cívico perto da sede do governo estadual. Assim como outros prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o museu é uma obra a céu aberto que abusa das curvas. Este museu, por exemplo, foi apelidado de “olho” porque lembra o formato do olho humano. As exposições não seguem um tema específico. Atualmente, há mostras de fotos de Paris, de cartazes poloneses e do designer e marceneiro Carlos Motta.
Ao fim do passeio pelo Museu Niemeyer, os visitantes podem descansar em uma…. área verde, o Bosque do Papa. Curitiba é assim: entre as atrações e agitações da cidade grande, sempre tem um cantinho verde para descansar e curtir a natureza.
Onde ficar
Ibis Centro Cívico – Rua Mateus Leme, 358, Centro. Tel.: (41) 3324-0469
Ibis Batel – Rua Comendador Araújo, 730, Batel. Tel.: (41) 2102-2000
Crowne Plaza – Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 600, Centro. Tel.: (41) 3204-4000
Mercure Parque Barigui – Rua Padre Anchieta, 2.320, Bigorrilho. Tel.: (41) 2111-2800
Curitiba Palace – Rua Desembargador Ermelino de Leão, 45, Centro. Tel.: (41) 3322-8081
Onde comer
Barolo Tratoria – Avenida Silva Jardim, 2.487, Batel. Tel.: (41) 3243-3430
Casa dos Arcos – Avenida Manoel Ribas, 5.999, Sta. Felicidade. Tel.: (41) 3372-2323
Churrascaria Amantino – Avenida Manoel Ribas, 6.047, Sta. Felicidade. Tel.: (41) 3272-4165