São Paulo – O empresário Eike Batista, considerado o homem mais rico do Brasil e o oitavo do mundo, inaugura nesta quinta-feira (04), em Tauá, no sertão do Ceará, a primeira usina solar comercial do País. A planta, que já está em operação, pertence à MPX, empresa de energia do grupo EBX, comandado pelo bilionário. Segundo a companhia, ela é também a primeira do gênero na América Latina.
A usina, de acordo com a MPX, começou a ser construída em setembro do ano passado e consumiu investimentos de R$ 10 milhões, sendo R$ 1,2 milhão em empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ela tem um megawatt de capacidade instalada, o bastante para suprir as necessidades de eletricidade de 1,5 mil famílias.
O prefeito de Tauá, Odilon Aguiar, disse à ANBA que a instalação da usina e as características climáticas da região tendem a atrair "dividendos" para o município. "É característica do município a incidência de raios solares praticamente o ano todo", afirmou. Ele contou que já foi procurado por chineses e espanhóis interessados em novos investimentos.
A cidade de 58 mil habitantes vive da ovinocaprinocultura e da agricultura de subsistência, principalmente de milho e feijão. Já a geração de energia é uma atividade completamente nova, de acordo com Aguiar. "Temos déficit de água, o índice pluviométrico é de apenas 600 milímetros por ano", declarou. "O sol que nos castigava hoje é benéfico para a população", acrescentou.
Segundo a MPX, a cidade foi escolhida "por seus ótimos índices de radiação solar ao longo de todo o ano". A empresa informa que durante a construção metade dos trabalhadores foram contratados no próprio município. O prefeito espera que os investimentos e a introdução de novas tecnologias levem uma "nova dinâmica" para a cidade sob os pontos de vista científico e econômico. "É uma aposta para o futuro para toda a região", destacou.
A usina já está ligada à rede nacional de energia. De acordo com a MPX, ela ocupa uma área de 12 mil metros quadrados e tem 4.680 painéis solares fabricados pela empresa japonesa Kyocera.
A companhia declara que conta com autorização do Poder Público para ampliar a capacidade para 5 MW. O projeto prevê até 50 MW. Para atingir tal capacidade, segundo a empresa, serão necessários 234 mil painéis.
A expansão, sempre conforme a MPX, será orientada pela análise dos dados de funcionamento da usina monitorados pela Universidade Estadual do Ceará, que mantém convênio com a companhia.

