São Paulo – À procura de opções novas de passeios para a sua próxima viagem a São Paulo? Ou de programas diferenciados, fora dos circuitos mais disputados pelos turistas? Então reserve um dia, ou uma tarde, ou uma noite, para bater perna na Vila Mariana. Bairro da Zona Sul da maior metrópole brasileira, o distrito ocupa uma área de 60 quilômetros quadrados, onde vivem 112 mil habitantes. Mas, acima dos números, está uma região que encanta locais e forasteiros pelo clima de tranquilidade e pela oferta de atrações como o Museu Lasar Segall, a Casa Modernista e a Cinemateca Brasileira. E isso para não falar que o Parque do Ibirapuera, o maior e mais famoso da capital, fica logo ali.
Começando pelo começo, chegar na Vila Mariana é tarefa das mais simples para qualquer turista. Próximo da Avenida Paulista e do Centro de São Paulo, o bairro tem quatro estações principais de metrô: Ana Rosa, Vila Mariana, Santa Cruz e Chácara Klabin. Por isso mesmo, o acesso às principais atrações da área é fácil e rápido. Uma das mais conhecidas delas, o Museu Lasar Segall, fica exatamente entre as paradas Vila Mariana e Santa Cruz.
Criado em 1967, o museu reúne 3.008 trabalhos do artista lituano que fez carreira no Brasil e funciona na casa em que Lasar Segall viveu com a mulher, Jenny Klabin Segall. Destaque para os quadros e esculturas que retratam figuras delicadas com traços angulosos, marcantes. E para a sala de cinema, pequenina e charmosa, que normalmente exibe filmes prestes a sair de cartaz no circuito mais comercial. Antes de deixar o local, uma parada para o cappuccino mais doce daquelas paragens, no charmoso café instalado na entrada.
A poucos minutos de caminhada, outra atração vale a visita: a Casa Modernista. Construída em 1928, na Rua Santa Cruz, num projeto do arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik, é considerada a primeira obra de arquitetura moderna do Brasil. Feita para servir de residência para Warchavchik, a construção provocou barulho na cidade, já que a moda, na época, era reproduzir o estilo francês na arquitetura, ou seja, as casas da elite paulistana de então faziam muito mais referência à belle époque parisiense que aos traços retos dos modernistas.
Formada por construções em forma de prisma, brancas, a obra foi pioneira ainda por ter, no jardim, assinado por Mina Klabin, mulher de Warchavchik, espécies tropicais de plantas. O local, transformado em espaço para a visitação pública, faz qualquer turista se perguntar como um imóvel de arquitetura tão banal no século 21 pode ter provocado tanta discussão há menos de cem anos.
No Matadouro
Por falar em referências de outras épocas, a Cinemateca Brasileira, a próxima parada do nosso tour pela Vila Mariana, também remete o visitante a um tempo que não existe mais. A começar pelo prédio onde a instituição funciona, o espaço do antigo Matadouro Municipal. Formado por salas de cinema construídas em ambientes amplos, espécies de galpões revestidos com tijolos aparentes, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
O que é possível fazer por lá, além de ficar babando com a construção? Assistir a um filme, participar de uma palestra, fazer um curso, dar a sorte de participar de algum festival de cinema. Todas as informações a esse respeito são atualizadas mês a mês no site da Cinemateca (abaixo, no serviço). Em tempo: a Cinemateca tem como missão a preservação da produção audiovisual brasileira. São em torno de 200 mil rolos de filmes, entre longas e curtas. Isso além de documentos, livros, revistas, roteiros, fotos e cartazes que documentam a produção cinematográfica nacional. Imperdível.
Muitos cardápios
Como não só de cultura vive o homem, concluída a visita à Cinemateca, uma boa opção de endereço para o almoço ou jantar são as ruas Joaquim Távora e Áurea, ali perto. As vias são as principais do pólo de bares e restaurantes do bairro. E oferecem cardápios para todos os gostos. Tem comida brasileira, japonesa, mexicana, italiana, árabe! Caminhe sem pressa e decida onde ficar. Entre os destaques, o Gamela, com pratos de inspiração nordestina e mineira, e o Jaber (árabe), ambos na Joaquim Távora. Na Rua Áurea, o Sobaria, com gastronomia do Mato Grosso do Sul, é outra boa pedida.
Moradora da Vila Mariana há dois anos, a restauradora Tatiana Russo é assídua frequentadora dessas e outras delícias do bairro. E ainda recomenda uma dica cultural em plena Joaquim Távora: a Graphias Casa de Gravura. “É um espaço ótimo, uma galeria onde é possível conhecer trabalhos diferenciados, desenhos, gravuras e pinturas”, diz ela, definitivamente uma apaixonada pelo bairro. “Adoro a tranquilidade da Vila Mariana, ao mesmo tempo em que encontro tudo o que preciso por aqui”, resume.
No pacote das vantagens de morar no bairro, a proximidade com o Parque do Ibirapuera, o maior e mais frequentado da cidade, é um dos pontos mais destacados. Tire uma foto no Monumento às Bandeiras, a famosa escultura de Vitor Brecheret instalada em frente ao local. Sente num banco (ou na grama, se preferir), leia um pouco, deixe o tempo passar. Lembrando do dia de passeios, esquecendo da vida e pensando em como são sortudos esses moradores da Vila Mariana.
Mais informações sobre os passeios
Museu Lasar Segall
www.museusegall.org.br
Casa Modernista
www.museudacidade.sp.gov.br/casamodernista.php
Cinemateca Brasileira
www.cinemateca.com.br
Jaber
www.jaber.com.br
Sobaria
www.sobaria.com.br
Graphias Casa da Gravura
http://www.graphias.com.br/index.asp
Parque do Ibirapuera
www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/regiao_sul/index.php?p=14062