Dubai – Uma garotinha emirati recebe um anel de ouro antigo de um sábio ancião. O anel é tanto um símbolo do passado dos Emirados como de um futuro construído por meio da conexão humana. Ao erguer o grande anel, sai dele um show de luzes coloridas representando um mosaico da humanidade, uma mistura das culturas do mundo em uma visão artística de harmonia.
Assim começa a história da cerimônia de abertura da Expo 2020, que trouxe uma mensagem de tolerância, união e esperança de um futuro melhor para todos. O anel é o símbolo da Expo. O evento presencial foi exclusivo para convidados, cerca de 3.000 pessoas, entre autoridades e celebridades. Milhões de pessoas do mundo inteiro acompanharam ao vivo pela internet.
A imprensa foi liberada para entrar na área da Expo, mas somente na entrada, uma espécie de tapete vermelho por onde passavam os convidados – sem o tapete, mas com performances musicais e culturais dos Emirados -, e ao redor da praça Al Wasl, o domo central onde aconteceu o espetáculo. No local, era possível acompanhar de perto e como experiência única o show de luzes, música e fogos de artifício.
A temperatura às 19 horas em Dubai era de 33 graus, e assim se manteve até meia noite. Não à toa, o show e grande parte da programação ocorre à noite nesse primeiro momento da Expo, por registrar temperaturas “mais amenas” em relação aos dias de muito sol e calor, com termômetros marcando por volta de 38 graus.
O início do evento contou com discursos de autoridades locais, como o príncipe herdeiro e presidente do Conselho Executivo de Dubai, Hamdan bin Mohammed bin Rashid Al Maktoum. “Hoje, o mundo inteiro se une nos Emirados Árabes Unidos. Hoje, testemunhamos juntos um novo começo, ao inaugurarmos a Expo 2020 Dubai”, ele disse.
Em seguida, falou Nahyan bin Mubarak Al Nahyan, ministro da Tolerância e Coexistência dos Emirados e Comissário Geral da Expo 2020 Dubai. Em seu discurso, ele ressaltou a primeira participação dos Emirados em uma Expo, em 1970, em Osaka, no Japão, que ocorreu um ano e meio antes da formação dos Emirados Árabes Unidos.
“No ano que marca o Jubileu de Ouro dos Emirados (aniversário de 50 anos de sua fundação), nós compartilhamos com o mundo o que aprendemos, principalmente que, conectando mentes, nós somos capazes de alcançar feitos inimagináveis”, disse Al Nahyan.
Nahyan também ressaltou que 192 países se unem, cada um representado em seu próprio pavilhão, algo único nos 170 anos de história das exposições universais. Ele disse que o fato de estarem todos reunidos, com todos os desafios que o mundo está enfrentando, é prova do compromisso e do desejo do país de criar um mundo melhor para todos.
“Ao sediar a Expo 2020 Dubai, queremos passar uma mensagem de tolerância e de que estamos dispostos a colaborar com todo o mundo”, disse.
O espetáculo teve a participação de artistas locais e internacionais, orquestra ao vivo, coreografia com as bandeiras de todos os países participantes ao redor do palco, queima de fogos de artifício e projeções magníficas no domo, com muitas cores, imagens do mapa mundi, caleidoscópios coloridos, jardins com flores e borboletas, para listar alguns momentos.
A menininha então embarca em uma jornada pelo mundo ideal, representando a sustentabilidade, mobilidade e oportunidade – os três distritos da Expo 2020. Ela vai ganhando autoconfiança e é recompensada com a semente dourada da humanidade e a planta na terra, e a praça Al Wasl ganha uma explosão de vida com um lindo jardim.
As demais apresentações trouxeram também os temas dos distritos da exposição, com projeções como do fundo do mar e do planeta Terra e estrelas.
A heroína da história nos leva ao centro deste jardim, uma representação metafórica do paraíso na Terra. Assim, aprendemos que quando o potencial humano e a esperança se unem, um jardim de possibilidades floresce.
O show de Andrea Bocelli, que encerrou o evento, emocionou o público. Uma grande árvore surgiu no palco central onde o tenor se apresentou, fruto da semente plantada pela garotinha, e ao final, ela levou o cantor ao palco e todos os demais artistas se reuniram para encerrar a cerimônia, passando uma mensagem de unidade, com a inclusão de pessoas de todas as comunidades, idades e habilidades.
Somente assim, podemos encontrar o jardim perfeito.
A própria menina representa essa união de culturas, já que Mira Singh, de 12 anos, é nascida em Dubai e sua mãe é da Bielorrúsia, e seu pai, indiano.
Após o final do espetáculo, esta reportagem teve acesso ao domo central e pôde presenciar a alegria da equipe da Expo, celebrando o final – e só o começo – de um evento memorável. Cerca de mil pessoas trabalharam na realização da abertura. A caminho da saída da exposição, um encontro inesperado. Reem Al Hashimy, ministra de Estado para Cooperação Internacional e diretora geral da Expo 2020 Dubai, tirava fotos com funcionários e convidados.
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