São Paulo – Já está em operação no Reem Mall, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, a primeira loja no país da Piccadilly, fabricante brasileira de calçados femininos. A inauguração oficial está prevista para os próximos dias, pois a empresa esperou o fim do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, para este evento. O Ramadã terminou na terça-feira (9). Ainda neste ano, uma segunda loja será aberta também em Abu Dhabi.
A gerente de Expansão da Piccadilly, Bruna Kremer, afirma à ANBA que as duas unidades são parte do plano de expansão internacional da empresa neste ano. Em 2024, haverá inaugurações também em Bogotá, na Colômbia; Monterrey, no México; Santo Domingo, no Equador; Manila e General Santos, nas Filipinas, e uma unidade no Peru em cidade ainda a ser definida.
Expansão em Abu Dhabi
O ponto de venda de Abu Dhabi pertence ao mesmo empresário que já é dono de 13 unidades que vendem exclusivamente produtos da Piccadilly no Kuwait e trabalha com a empresa há 15 anos. “Motivado pelo sucesso da marca no Kuwait, ele buscava novas oportunidades de expandir os negócios no Oriente Médio. Foi quando surgiu a oportunidade de abrir lojas em Abu Dhabi”, afirma Bruna. Outra forma de atuação da empresa é com lojas “licenciadas”, que replica o modelo de franquias, mais comum no Brasil.
“Temos um olhar bastante forte para a exploração de materiais metalizados para atender uma demanda que é bem característica desse mercado”
Bruna Kremer, gerente de Expansão da Piccadilly
No Oriente Médio e Norte da África, os calçados da Piccadilly chegam também à Arábia Saudita, Bahrein, Chipre, Israel, Jordânia, Líbano, Omã, Egito, Argélia, Líbia e Tunísia. A produção é brasileira e exportada e a coleção vendida em Abu Dhabi é a mesma que atende o mercado nacional. A cliente da região gosta de scarpins, que são “elegantes” e “confortáveis”, define Bruna, aprecia os tênis da empresa e valoriza calçados que apostam em detalhes “metalizados”.
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“Atualmente conseguimos trabalhar com a mesma coleção que é apresentada no Brasil, porém temos um olhar bastante forte para a exploração de materiais metalizados para atender uma demanda que é bem característica desse mercado”, diz a gerente de expansão da empresa. “Com relação à consumidora do Kuwait, entendemos que é um mercado ainda mais conservador quando comparado com os Emirados Árabes”, completa.
Em 2023, a Piccadilly faturou R$ 597,6 milhões, sendo 35% desse total decorrentes da sua atuação internacional, com presença em mais de cem países. Os árabes são destino de 15% dos pares exportados pela Piccadilly. Bruna afirma que o calçado brasileiro é reconhecido e prestigiado, visto como de elevada qualidade e com design “único”. Mas ainda há um caminho a ser percorrido. Mais do que reconhecidas pelas suas qualidades, diz Bruna, as marcas brasileiras precisam ser “desejadas” pelas clientes estrangeiras.
A gerente de exportação recorda que a Piccadilly foi “visionária” quando, nos anos 1990, renunciou ao modelo de private label, em que uma empresa fabrica um produto sob encomenda para outra marca. Desde então, passou a se dedicar à marca Piccadilly com “apelo” em conforto e qualidade, elementos que ainda hoje são a principal característica dos seus calçados. “Porém com o passar dos anos a moda também passou a ser um elemento fundamental e acreditamos que com a combinação ‘moda, conforto e qualidade’ conseguimos atender às necessidades das mulheres nos mercados em que atuamos e traduzir o nosso propósito como marca que é o de encorajar a mulher na sua caminhada”, afirma Bruna. Mais informações neste link