Da redação
São Paulo – Empresários brasileiros e mexicanos começam a negociar amanhã (12) a inclusão de novos produtos nos acordos de preferências tarifárias já firmados entre o Mercosul e o México, informou o Ministério do Desenvolvimento.
Nesta quinta-feira, acontece a VI Reunião do Comitê Empresarial Bilateral Brasil-México, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O encontro contará com a presença do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e do secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini Jr.
As propostas que surgirem da reunião devem ser apresentadas ao governo e, a partir de março, servirão de base para a revisão anual dos acordos. Com a ampliação da lista de produtos beneficiados, Brasil e o México podem estreitar ainda mais o seu relacionamento comercial que, cresceu 27% de 2001 para 2003, quando a corrente de comércio entre os dois países passou de US$ 2,5 bilhões para US$ 3,2 bilhões.
O primeiro acordo (Acordo de Complementação Econômica 53) foi assinado em julho de 2002. Em outubro de 2003, foi assinado o segundo (ACE 55), voltado principalmente ao setor automotivo e que também incluiu setores como produtos químicos e bens de capital. As reduções tarifárias variam de 30% a 100%.
“Temos visto que alguns setores industriais estão interessados em entrar no mercado mexicano. Podemos citar os têxteis, alguns produtos do agronegócio, como carnes suínas, e outros de autopeças. Já do lado mexicano, interessa incluir alguns produtos químicos entre os beneficiados pela lista de preferência tarifária”, explicou Mário Mugnaini.
O secretário irá apresentar, na quinta-feira, um estudo sobre as importações do México e os nichos de mercado a serem explorados pelo Brasil. Os dados foram retirados do projeto Radar Comercial, elaborado pela Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex) e pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“As importações do México são, em grande parte, dos Estados Unidos, por causa do Nafta (Área de Livre Comércio da América do Norte). Mas há setores em que os EUA não são tão fortes e nós podemos entrar”, comentou o secretário.
Para Mugnaini, o momento atual é especial e pode favorecer uma revisão ampla do acordo. “As nossas exportações para o México aumentaram muito e um setor que exporta acaba estimulando os outros a fazer o mesmo”, afirma.
“Um outro ponto é que o México é uma peça importante nas negociações multilaterais de comércio, já que é sócio dos Estados Unidos e da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Também é membro do G-20 (grupo de países em desenvolvimento liderados pelo Brasil) e do G-14 (grupo de países liderados pelos Estados Unidos). O ACE 53 será uma base importante para a oferta que vamos fazer para o México dentro das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que serão diferenciadas para os países do Nafta”.
O secretário acrescenta que os mexicanos estão revendo suas políticas de comércio, já que perderam uma grande parte das suas exportações para a China.