Brasília – A infraestrutura aeroportuária é um dos principais empecilhos para o aumento das linhas aéreas de países árabes para o Brasil. Esse foi um dos temas debatidos nesta quarta-feira (6) durante o Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, que ocorreu na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na capital federal. O problema foi levantado no painel sobre Turismo e um pedido de melhoria neste sentido deve ser encaminhado, ao governo brasileiro e aos governos árabes, como parte dos pleitos resultantes do encontro em Brasília.
Segundo o gerente comercial da Qatar Airways, Renato Hagopian, o problema de infraestrutura aeroportuária no Brasil é gravíssimo e impede a expansão das linhas aéreas entre países árabes e o Brasil. E na outra mão, há uma demanda grande de viagens internacionais dos consumidores brasileiros, que já não querem mais viajar para países próximos. Hagopian lembrou que Dubai, nos Emirados, fez um ótimo trabalho de casa de se apresentar ao Brasil como destino turístico.
O vice-presidente administrativo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Adel Auada, afirmou que o problema deve melhorar em alguns anos já que as concessões de aeroportos, que estão em curso atualmente no Brasil, devem mudar essa realidade. Auada lembrou do grande avanço que já houve no transporte de passageiros entre Brasil e países árabes, com a abertura de linhas para o Brasil de três companhias aéreas árabes: a Emirates Airlines, a Etihad Airways e a Qatar Airways. Há ainda, segundo Auada, a Turkish Airlines, da Turquia, que voa para o Oriente Médio.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Marco Ferraz, que também participou do painel, o Brasil tem hoje 40 milhões de pessoas nas classes A e B e 100 milhões de pessoas na classe C. E neste ano apenas oito milhões de pessoas fizeram viagens internacionais. Com isso, ele acredita que há muito a crescer. “Ainda somos muito pequenos em viagens internacionais”.
No envio de turistas para o mundo árabe, Ferraz relata dois problemas. Um deles é o fato de alguns países árabes serem considerados paraísos fiscais e com isso o governo brasileiro limita o envio de no máximo R$ 10 mil por passageiro para estes países por mês. Outra dificuldade são os vistos de turistas. “Se não tivesse visto seria melhor”, afirma. De acordo com ele, algumas promoções de última hora não podem ser aproveitadas pelo consumidor brasileiro porque não há tempo suficiente para a conseguir o visto para o país árabe.
O Fórum Econômico Brasil-Países Árabes foi promovido pela Confederação Nacional da Indústria em parceria com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil.


