Da redação
São Paulo – O agronegócio brasileiro quer ampliar suas exportações para a China, um dos mercados mais cobiçados do mundo atualmente. São 1,3 bilhão de habitantes, dos quais 400 milhões consumidores em potencial, com renda anual superior a US$ 1 mil.
Para intensificar os entendimentos comerciais com os chineses, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, visita aquele país na próxima semana.
Ele chefiará uma delegação de empresários que participará de seminários de negócios e se reunirá com o ministro da Agricultura da China, Du Qinglin.
O Brasil tem interesse em aumentar as vendas de soja, carnes, frutas, pescados e bebidas, entre outros produtos, para a China.
Com previsão de crescimento de 7% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a China é um mercado em plena expansão. Em 2001, ocupava o 11º lugar entre os importadores do Brasil. Hoje, além de ser o principal destino da soja nacional, já é o terceiro maior importador de produtos agropecuários do país.
De janeiro a setembro deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro para o mercado chinês cresceram 84,5%, com um faturamento de US$ 1,823 bilhão, contra US$ 988,5 milhões no igual período de 2002.
Os volumes dos embarques atingiram 6,9 milhões de toneladas, contra 4 milhões de toneladas dos nove meses anteriores.
Soja
Carro-chefe da agricultura brasileira, a soja também puxa as exportações para a China. De janeiro a setembro deste ano, o faturamento do complexo soja naquele mercado chegou a US$ 1,369 bilhão, o equivalente a 6 milhões de toneladas, contra US$ 752,3 milhões – 3,63 milhões de toneladas – dos noves meses anteriores.
Os embarques do produto representam hoje 75% sobre o total exportado para aquele país. Em seguida, aparecem papel e celulose (12%), couros (4,8%) e madeiras e suas obras (4,7%). Esses quatro grupos de mercadorias são responsáveis por 96,5% das vendas do agronegócio para a China.
"As perspectivas de crescimento das oportunidades de negócios entre o Brasil e a China são animadoras", diz Rodrigues. "O mercado chinês tem grande potencial de expansão para o agronegócio brasileiro."
Agenda
Em sua visita àquele país, o ministro participará dos seminários "Overview on Brazil", no dia 4, em Xangai, e no dia 5, em Pequim.
De 6 a 7, ainda em Pequim, estará no "China Business Summit", organizado pelo World Economic Forum. Nesse período, encontra-se com o ministro Du Qinglin e provavelmente com o ministro-chefe da Administração Estatal para Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena.
De acordo com Rodrigues, o Brasil tem interesse e condições competitivas para ampliar o comércio com a China.
"Nossa missão àquele país tem o objetivo de estabelecer as bases comerciais e sanitárias com vistas a acordos bilaterais e parcerias entre os dois países. Queremos identificar potenciais compradores não só para soja, mas também para os nossos calçados, carnes, frutas, bebidas, pescados e confecções."
Na agenda das negociações agropecuárias entre os dois países constam seis temas. O Brasil quer que a China conclua a análise de risco de pragas para poder exportar frutas cítricas para aquele mercado.
Também pretende que os chineses terminem a avaliação do sistema sanitário brasileiro de produção de gado, suínos e aves para ampliar os embarques de carnes destinados àquele país. Já a China tem interesse em vender milho, tripas, frutas e pescados para o Brasil, quinto maior importador de produtos chineses.