São Paulo – Para o diretor responsável pelos Escritórios Internacionais da Dubai Chamber, Omar Khan, é responsabilidade da Câmara de Dubai liderar as transformações necessárias e inspirar os associados por meio de seus próprios exemplos. “No passado, a sustentabilidade ficava às margens do orçamento das empresas”, afirmou. “Agora tudo está integrado. Não é apenas sobre salvar o planeta, é sobre salvar a humanidade”, disse ele durante “Discussão entre Câmaras” no Fórum Econômico Brasil & Países Árabes.
Até 2050, o objetivo de Dubai é ter 75% da energia proveniente de fontes limpas. Para isso, a cidade está descentralizando os sistemas de distribuição de energia e criando pacotes para levar energia solar para as casas da população. “Começamos dando o exemplo com o prédio principal da Câmara”, contou Khan. “Mesmo sendo um edifício de 25 anos, o que muitos diziam ser empecilho, conseguimos o certificado de sustentabilidade.”
A Câmara também criou um selo para reconhecer as melhores práticas sustentáveis das empresas e digitalizou 100% dos seus serviços, indo ao encontro das metas de Dubai — até 2021, a cidade eliminará completamente o uso de papel nos escritórios governamentais.
O intercâmbio dessas experiências com o Brasil, realizado pelas Câmaras de Comércio, será reforçado com a parceria do Arab Investor Awards. De acordo com o seu presidente, Narheem Sabbah, a premiação que reconhece o desempenho de empresas e indivíduos em sustentabilidade virá em breve para a América do Sul. “Isso nos deixa muito felizes, pois abre caminho para o Brasil e demais países da região”, afirmou.
Também participou do debate o presidente da Câmara de Comércio de Tripoli, Simon Bachawati. O executivo afirmou se inspirar na experiência dos colegas das Câmaras Árabes para construir planos para o Líbano. “Nosso contexto foi afetado por crises econômicas e políticas, mas temos o sonho de reposicionar Tripoli no mapa geográfico de cidades comerciais do Oriente Médio”, disse.
Nos últimos dois anos, de acordo com Bachawati, a Câmara tem buscado substituir o papel das autoridades governamentais na resposta às necessidades dos cidadãos do norte do país. “Lançamos iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico urbano e, desde 2006, criamos uma incubadora de negócios”, comentou o libanês. “Adotamos uma política de portas abertas.”
O debate foi mediado pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, e pela gerente de relações institucionais da instituição, Fernanda Baltazar. A Câmara Árabe promoveu o fórum com a parceria da União das Câmaras Árabes e da Liga Árabe.
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* Reportagem de Camila Balthazar, especial para a ANBA.