Brasília – Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira (1º) mostra que a alta dos preços de insumos e de matérias-primas atingiu o setor industrial de modo inesperado em março. Segundo o levantamento, o aumento dos custos de insumos e matérias-primas nacionais superou as expectativas de 71% das empresas na indústria extrativa e de transformação e de 73% da indústria da construção civil.
Segundo a CNI, 58% das empresas na indústria extrativa e de transformação e 68% na construção relataram aumento de preços de insumos importados acima do esperado. Para a confederação, o resultado coincide com o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que agravou a desestruturação das cadeias de suprimento. Como consequência, além dos atrasos e interrupções no fornecimento de insumos, também houve elevação de preços.
De acordo com a pesquisa, o cenário de atrasos nas cadeias de suprimentos gerou uma reconfiguração na produção das indústrias brasileiras, especialmente nas que dependem de insumos importados. Essas indústrias tiveram que mudar a estratégia de aquisição de insumos e matérias-primas e buscar fornecedores no Brasil. Uma pequena parte das empresas busca alternativas fora do País.
O levantamento mostra que a proporção de empresas na indústria extrativa e de transformação que preveem normalização da oferta de insumos e matérias-primas ainda em 2022 é de 39%. O percentual de empresas da indústria geral e da construção que esperam normalização apenas em 2023 é de 25%, de 36% para produtos nacionais e 31% e 45% para importados.