São Paulo – O Brasil tem 30% das suas exportações de proteínas destinadas a países muçulmanos, é o maior exportador mundial de carne de aves e bovina halal e se tornou um fornecedor imprescindível de alimentos e bebidas dos 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC).
Apresentando ao público esses números, que traduzem a grandeza do Brasil como fornecedor de halal, e convocando mais empresas brasileiras a participarem desse mercado, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi (na imagem acima), abriu o 2º Global Halal Brazil Business Forum (GHB), em São Paulo, nesta segunda-feira (23).
O fórum ocorre até terça-feira (24) como o grande espaço de debate e de networking do mercado halal, que é formado por produtos e serviços que seguem as exigências da religião islâmica e são consumidos por muçulmanos mundo afora. O evento é promovido pela Câmara Árabe e a certificadora Fambras Halal.
Chohfi disse que o Brasil se inseriu nesse mercado na década de 1970 com troca de frango por petróleo com a Arábia Saudita e que, por compreenderem bem as particularidades do consumo halal, as empresas obtiveram sucesso. Em 2022, o Brasil exportou US$ 23,41 bilhões em alimentos e bebidas para países muçulmanos, alta de 41% sobre 2021.
“É indispensável que o empresariado brasileiro considere oportunidades de negócios em países muçulmanos quando formatar seus planos de internacionalização. Neste fórum, veremos a experiência de empresas que já atuam nesses mercados com muito sucesso, podendo aprender com elas lições valiosas para suas próprias incursões”, disse.
O presidente da Câmara Árabe chamou os brasileiros a diversificarem a pauta de exportação halal, adicionando produtos de maior valor agregado e indo para áreas como cosméticos, fármacos, vestuário e serviços de turismo.
Tendo como direção fomentar a venda de mais alimentos de valor agregado do Brasil aos muçulmanos, a Câmara Árabe leva adiante com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) o Projeto Halal do Brasil, citado por Chohfi na abertura. Já foram sensibilizadas 300 empresas e feitas várias ações por meio dessa iniciativa. No GHB participam empresários importadores de halal e jornalistas, convidados pelo projeto, os primeiros para prospecção e reuniões de negócios e os demais para fortalecer a imagem do Brasil no halal.
Depois de falar do mercado halal e lembrar que o Brasil tem a reputação de uma nação amiga, conquistada pela tradição diplomática brasileira centrada no diálogo, no soft power cultural e, principalmente, na busca pela concordância e pela não beligerância, Chohfi mencionou os últimos acontecimentos no Oriente Médio. “E não poderia aqui deixar de mencionar o grande pesar pelos trágicos acontecimentos no Oriente Médio e todas as suas vítimas, o desejo de que prevaleçam as normas do direito humanitário, a proteção das populações civis e o anseio para que se alcance um dia a paz e a segurança para os povos da região”, afirma.
O GHB tem como mestre de cerimônias a jornalista Renata Maron. Ele ocorre com apoio da International Halal Academy, Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, União das Câmaras Árabes e Liga Árabe, e parceria do Governo Federal, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Ministério das Relações Exteriores e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Os patrocinadores são BRF, Marfrig, Minerva Foods, Laila Travel, Turkish Airlines, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Travel Plus, H2R Insights & Trends, World Logistic Passport (WLP), Banco ABC Brasil, Seara, Pão & Arte, Cristal Plus e Pamunã Alimentos.