São Paulo – De tudo o que o Brasil exportou, em receita, para o mundo árabe, entre janeiro e outubro deste ano, 41% partiu de empresas apoiadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Segundo levantamento da Apex, o organismo apoio US$ 4,1 bilhão em exportações para países árabes no período. Isso levando em conta apenas produtos de médio e alto valor agregado. E tudo o que o Brasil exportou para a região, somando também commodities, ficou em US$ 10 bilhões.
Já em geral, levando em conta não apenas países árabes, a Apex apoio exportações de US$ 23,14 bilhões, o que significou 16,4% da receita com mercado externo do país entre janeiro e outubro. Ou seja, o percentual para os árabes foi bem maior. “Tradicionalmente a Apex investe muito no Oriente Médio”, diz o gerente geral de Negócios da Apex-Brasil, Sérgio Costa, lembrando que a proximidade cultural das duas regiões favorece o fluxo de comércio.
Um segundo fator que colabora para o bom desempenho na região das empresas apoiadas pela Apex é a presença do Centro de Negócios (CN) da agência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. “Além disso, o Brasil tem produtos fortemente demandados pelos países árabes. Existe uma complementariedade”, afirma Costa. A Apex ajudou as empresas brasileiras a promover seus produtos na região com a participação de feiras como Big 5, de construção, Arab Health, de saúde, e projetos de imagem como Sabores do Brasil, com degustação.
Também fizeram parte da agenda de ações da agência a participação em missões, como a promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a Emirados, Arábia Saudita, Síria, Kuwait e Catar entre novembro e dezembro, e rodadas de negócios, como a Tradings do Brasil. Nesta última, a Apex levou tradings brasileiras para encontros de negócios em Dubai no começo deste ano e trouxe importadores árabes para reuniões com as tradings em dezembro. A primeira ação rendeu US$ 52 milhões e a segunda US$ 76 milhões.
Costa afirma que já existe um conhecimento das empresas brasileiras sobre como abordar o mercado árabe. “Elas sabem que quem produz com certificação halal, por exemplo, consegue vender na região inteira”, explica, citando ainda que o bom trabalho feito em um país árabe vira notícia e acaba repercutindo em outros mercados de lá também. A Apex atende principalmente pequenas e médias empresas, mas também inclui grandes companhias, interessadas em aumentar suas exportações, nas suas ações.
De acordo com levantamento fornecido pela Apex à ANBA, o país árabe que mais recebeu exportações brasileiras de empresas apoiadas pela agência foi Arábia Saudita, com US$ 1,05 bilhão. O segundo foi Egito, com US$ 730 milhões, o terceiro Emirados, com US$ 555 milhões, o quarto Argélia, US$ 295 milhões, e o quinto Marrocos, com US$ 238 milhões.

