São Paulo – Dezesseis importadores de castanha-de-caju, castanha-do-Pará e de amendoim estarão na capital paulista nesta semana para encontros de negócios com fornecedores brasileiros dos produtos. Eles virão de dois países árabes, Emirados e Catar, e também da Rússia, Colômbia, Bélgica, Alemanha, Espanha, Polônia, Holanda e Reino Unido.
A iniciativa é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que vai colocar os importadores em contato com representantes de 11 empresas brasileiras, entre produtoras e traders do segmento. Dos Emirados Árabes Unidos participarão dois compradores. Do Catar, haverá uma empresa.
A Gyma Food Industries, uma das principais distribuidoras e fabricante de alimentos dos Emirados, estará presente, de acordo com informações da chefe executiva de operações do Escritório da Apex para o Oriente Médio e Norte da África, Karen Fernandes Jones. A Gyma mantém a marca Bayara, líder em frutas secas, nozes e especiarias na região.
Essa será a segunda edição do projeto. Em abril do ano passado, a Apex organizou encontro similar, que gerou US$ 3,5 milhões em exportações, entre efetivadas na hora e perspectivas para os 12 meses seguintes. Segundo Jones, foi verificado posteriormente que o volume de negócios acabou superando o projetado na época.
O projeto das castanhas surgiu do planeamento do escritório da Apex para Oriente Médio e Norte da África do ano passado. A ideia foi concebida a partir do estudo do Plano Nacional de Exportações (PNE), no qual a castanha-de-caju aparece como produto indicado para abertura de mercado na Argélia, Arábia Saudita e Emirados, e a castanha-do-Pará consta como item indicado para recuperação de mercado nos Emirados Árabes Unidos.
Quando o projeto foi divulgado, outras unidades da Apex no exterior se interessaram em participar e enviar importadores. A iniciativa então foi ampliada para outros países além dos árabes. A liderança e organização do projeto são do Escritório da Apex em Dubai, mas outras áreas da entidade são parceiras, como a Coordenação de Promoção de Negócios da agência e os Escritórios em Bruxelas, Moscou e Bogotá.
Jones conta que estão sendo levadas para o Brasil empresas com interesse nos três produtos, castanha-de-caju, castanha-do-Pará e amendoim. Ela explica que o Brasil teve a melhor safra de amendoim dos últimos anos, mas as safras dos outros dois produtos não foram tão grandes. A produção brasileira de amendoim fica principalmente no Sudeste brasileiro, a da castanha-do-Pará no Norte e a da castanha-de-caju na região Nordeste.
O mercado do Oriente Médio e Norte da África é considerado promissor para os produtos. “O consumo de castanhas é parte da cultura, se vê isso em todos os países da região”, afirma Jones. Os produtos são usados, por exemplo, em doces locais tradicionais. De acordo com a chefe de operações, existe uma demanda grande especialmente nos Emirados, que consome, mas também reexporta os produtos para outros países.
O Brasil fornece, porém, menos de 1% do que os Emirados importam em castanhas in natura, de acordo com a analista de Negócios do Escritório da Apex para Oriente Médio e Norte da África, Sabrina Cenni.
Jones entende que o contato entre importadores e produtores, como o que vai ocorrer na próxima semana, é a melhor plataforma de aproximação do segmento com o mercado internacional. Mas ela afirma que o Brasil precisa resolver alguns problemas que tem na produção, como o custo de beneficiamento e da logística e os volumes. “A capacidade de produção brasileira tem que ser melhor trabalhada”, afirma.
A agenda dos importadores na capital paulista começa na quarta-feira, dia 26 de abril, com rodadas de negócios, e segue na quinta-feira, 27. No dia seguinte, as empresas estrangeiras vão conhecer o Mercado Municipal de São Paulo, local em que são comercializados produtos como castanhas e amendoins. Os empresários brasileiros que vão participar dos encontros foram selecionados pela Apex.


