Dubai – Com uma produção de 300 toneladas mensais de mel puro, a Lambertucci, empresa de Rio Claro (SP), exporta para sete países e agora quer entrar no mercado árabe. A companhia é a única produtora de mel entre os 72 expositores brasileiros que participam esta semana da Gulfood, feira do setor alimentício em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“Fizemos uma missão prospectiva com a Abemel (Associação Brasileira dos Exportadores de Mel) em novembro para ver as possibilidades de abrir mercado. Estivemos nos pontos de venda, fizemos algumas reuniões com empresas que trabalham com mel e coletamos amostras dos produtos [vendidos nos Emirado] para saber a qualidade”, contou Joelma Lambertucci, diretora da marca.
Esta é a primeira vez que a empresa participa da Gulfood. A empresária destaca o potencial do mercado da região e aposta na qualidade de seu produto. “É um mercado bastante consumidor de mel e no Brasil nós temos uma qualidade muito superior à do produto que é vendido aqui”, afirmou.
Para ela, o maior desafio para ter sucesso no mercado árabe é conseguir fazer um trabalho de divulgação do produto, para que o consumidor aceite pagar um preço mais elevado por um produto de qualidade. Segundo ela, atualmente o mercado árabe consome um volume muito grande de mel a um preço muito baixo.
“Chega a época do Ramadã e eles utilizam muito mel. Faz parte do consumo deles”, destacou a empresária, referindo-se ao mês sagrado para os muçulmanos. Ela também aposta na venda de própolis, produto que, de acordo com ela, é novidade para os consumidores árabes.
“Eles não conhecem o produto e os efeitos para a saúde. Vemos uma oportunidade grande, mas é preciso investimento alto em comunicação ao consumidor”, disse.
A Lambertucci exporta mel para o Canadá, Estados Unidos, Japão Alemanha, China, Inglaterra e Taiwan. Os três primeiros são os principais destinos dos produtos da empresa, que dedica 50% de sua produção às vendas externas. Os mercados japonês e chinês também compram própolis da empresa paulista.
“Agora vamos exportar para cá (mercado árabe)”, afirmou a empresária, empolgada com a participação na feira e com o estande sempre cheio de potenciais clientes. “Estou quase fechando negócio com o Líbano. Estamos negociando mel de flor de laranjeira e vamos mandar as especificações da própolis”, revelou.
Tipos
Lambertucci explicou que há diferentes tipos de mel, que variam de acordo com as flores às quais as colmeias de abelhas têm acesso. O mel silvestre, um dos mais populares no Brasil, é produzido com o pólen coletado de flores variadas.
Há, no entanto, mel produzido a partir de apenas de um tipo de flor. No caso da Lambertucci, a empresa produz, além do mel silvestre e do de eucalipto, quatro tipos considerados exóticos: de flores de café, de flores de laranja, de flores de cipó-uva e de flores de capixingui. “Os tipos exóticos são de pequena produção e são mais caros”, explicou.
As variedades mais exportadas pela empresa são as silvestres, seguidas pelas de eucalipto e as exóticas.


