Geovana Pagel
São Paulo – A Tramontina, grupo brasileiro que já exporta para os países árabes há 30 anos, pretende dobrar os negócios com a região até 2005. Segundo o presidente da empresa, Clóvis Tramontina, as vendas para o Oriente Médio e Norte da África têm crescido a uma taxa média anual de 15% a 20% e representam, hoje, em torno de 5% das exportações da companhia, ou US$ 1,35 milhão. "A meta é atingirmos 10% nos próximos dois anos", afirma.
As exportações do grupo, especializado em artigos de cutelaria, ferramentas, panelas, materiais elétricos, utensílios domésticos, artigos em plástico e madeira, têm representado, em média, cerca de 30% do faturamento anual que, segundo as projeções da própria empresa, deverá superar os US$ 90 milhões em 2003.
As primeiras exportações globais da Tramontina aconteceram em 1969 e se destinaram ao Chile e Estados Unidos. Os negócios com os países árabes começaram em 1973, com a Jordânia. Dois anos depois, ocorreram vendas para o Líbano e, em 1979, para a Arábia Saudita. "A partir de 1980 as exportações passaram a ter maior regularidade", disse o empresário, em entrevista à ANBA.
O presidente do grupo garante que o principal objetivo para 2004 é consolidar as posições conquistadas e ampliar a participação nos mercados árabes. Os principais produtos exportados para o Oriente Médio e Norte da África são facas de cozinha, facas profissionais, talheres e ferramentas manuais.
Estrutura própria no exterior
O grupo brasileiro atua na região por meio de uma rede de distribuidores e de representantes localizados em sete países árabes: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Egito, Kuwait, Líbano e Marrocos. "É assim também nos demais países onde existe uma estrutura própria da Tramontina, como é o caso dos Estados Unidos e da Alemanha", explica.
Segundo Clóvis Tramontina, houve exigências específicas dos mercados árabes, mas elas se relacionaram mais à adequação das embalagens e cores. "Em alguns casos houve a necessidade de desenvolver produtos e modelos específicos para os mercados da região", comenta o empresário.
O executivo conta que os países árabes são bastante exigentes em relação à qualidade e cumprimento dos prazos de entrega. "Por serem mercados muito competitivos, a questão dos preços de venda é determinante. Os clientes árabes também valorizam muito o relacionamento pessoal e a confiança entre as partes", ressalta.
Empresa familiar
Fundada em 1911, a Tramontina é um grupo constituído por dez fábricas, seis centros de distribuição no Brasil e seis centros de distribuição no exterior. Emprega cerca de 4,8 mil pessoas e exporta seus produtos para mais de 100 países. O capital é exclusivamente nacional e pertencente a três holdings familiares.
As unidades fabris da companhia produzem, ao mês, mais de 3,5 milhões de talheres de aço inox, um milhão de chaves de fenda, 400 mil martelos, 170 mil enxadas e 170 mil panelas de aço inox. A principal linha, a de utilidades domésticas, responde por 80% do faturamento no mercado interno e 75% dos negócios no exterior.
A administração geral de todas as atividades está concentrada em Carlos Barbosa, uma pequena cidade de 20 mil habitantes na serra gaúcha, a 115 km de Porto Alegre.
Localização das fábricas
Em Carlos Barbosa (RS) estão localizadas: a Tramontina TEEC – Tecnologia em equipamentos para cozinha, a Forjasul Eletrik, a Tramontina Cutelaria e a Tramontina Ferramentas.
Em Encruzilhada do Sul (RS), fica a Forjasul Encruzilhada Indústria de Madeiras; em Farroupilha (RS), a Tramontina Farroupilha Indústria Metalúrgica; em Garibaldi (RS), a Tramontina Garibaldi Indústria Metalúrgica; em Canoas (RS), a Forjasul Canoas; e, em Belém do Pará, a Tramontina Belém e a Tramontina Icoaraci.
Contato
www.tramontina.com.br