São Paulo – Os grupos Al Maya, dos Emirados Árabes Unidos, Maza, do Bahrein, e Cozmocenter, da Jordânia, participam nesta segunda (10) e terça-feira de rodadas de negócios com 25 empresas brasileiras na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Os grupos árabes vieram ao Brasil em busca de novos fornecedores de alimentos para seus supermercados e também para distribuição em seus países.
“Estamos procurando por produtos agrícolas, como arroz, mel e algumas coisas novas e diferentes que possamos levar do Brasil e fazer o planejamento de vendas e distribuição nos Emirados Árabes”, conta Raj Gangwani, gerente de Importação do grupo Al Maya.
O Al Maya é líder de distribuição de produtos alimentícios no Oriente Médio, possuindo uma rede de 18 supermercados e um dos maiores centros de distribuição de Dubai. Atualmente, as principais importações brasileiras do grupo concentram-se em carne enlatada e arroz.
“Esta é uma boa oportunidade que a Câmara de Comércio Árabe Brasileira está dando para nós de conhecer mais os exportadores brasileiros”, disse Mohamed Hassan, gerente de Vendas do grupo Maza. Ele conta que sua empresa já importa açúcar, biscoito e aves do Brasil e que pretende aumentar as compras de frango do país.
“Se falarmos de frango e comparamos com o de outros países, que têm preços ainda mais baratos, a qualidade brasileira é a melhor. O consumidor se sente mais confortável em comprar o frango brasileiro”, comentou Hassan.
O interesse nas aves brasileiras é tanto, que o grupo do Bahrein propôs uma oferta de exclusividade de distribuição dos frangos da empresa Nicolini, que participou nesta segunda da rodada de negócios.
“Ele se mostrou interessado em fazer um acordo de exclusividade no Bahrein, nos tendo como seu principal fornecedor aqui no Brasil. Vamos trabalhar de uma forma que adeqüemos a nossa produção e ele possa se adequar ao nosso preço”, contou Fabrício Bocchese, supervisor de exportação da Nicolini.
Outra empresa que busca mais espaço no mercado árabe é Tirolez. “As conversas foram bem produtivas porque são empresários muito bem colocados em cada um dos seus mercados. Naturalmente, temos que esperar, porque as pessoas que vieram estão colhendo informações e vão levar aos seus colegas especialistas em queijo, mas acho que foram promissores os contatos”, relatou o gerente de exportação, Paulo Hegg.
Para ele, os queijos do tipo mozarela, as linhas de requeijão e de queijo coalho são os que mais têm espaço para entrar no mercado árabe. Hegg acredita que os árabes estão em busca de novidades neste setor.
“Eles querem sair do lugar comum, do queijo tipo commodities. Eu acho que dentro dessa linha, adicionando o parmesão e o provolone, nós vamos ter condições de fazer negócios”, acrescentou.
O supermercado jordaniano Cozmocenter já compra alimentos de cinco empresas brasileiras e está buscando novos fornecedores principalmente para alimentos enlatados e sucos.
Segundo Isam Balsheh, gerente de compras, o principal entrave aos negócios com os brasileiros é a falta de embalagens em inglês. “Em meu país, precisamos de árabe, mas também precisamos de inglês. É mais importante que o árabe para os nossos clientes, mas vamos continuar fazendo negócios”, explicou.
Para o gerente de Exportação da Alliance Commodities, Marcos Goulart, os encontros com os árabes foram muito positivos. “As empresas casam perfeitamente com o nosso perfil de negócio”, relatou.
“Os lácteos são amplamente consumidos nos países árabes. Existe um hábito de consumo muito grande e é o forte do nosso negócio. Eu acredito que possamos sim fazer negócios de imediato com estas empresas. O contato está estabelecido, daqui um mês estaremos visitando estes países, vamos encontrar de novo com esse pessoal e, certamente, vamos fechar negócio”, contou Goulart, que visitará Síria, Líbano, Jordânia, Turquia e Arábia Saudita.