Rio de Janeiro – Representantes do Sudão e da Argélia manifestaram apoio às propostas do G77, grupo de países em desenvolvimento, na reunião de cúpula da Rio+20, que foi aberta nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. Sudaneses e argelinos afirmaram que precisam de financiamento para conseguir colocar projetos sustentáveis em prática. Eles apoiaram também uma regra da Eco92, realizada no Rio há 20 anos, que determina que as nações ricas devem fazer mais concessões do que as emergentes na busca pelo desenvolvimento sustentável.
O vice-presidente do Sudão, Al-Haj Adam Youssef, afirmou que o país apoia as propostas feitas pelo G77, como a criação de um fundo para financiar projetos sustentáveis e a obrigatoriedade dos países ricos em seguir regras mais rígidas do que os pobres.
“O Sudão tem se esforçado [para desenvolver projetos sustentáveis], mas isso exige muito esforço para investirmos também em capacitação técnica. Uma cooperação débil leva a um processo lento, temos que assumir compromissos sérios”, disse. Youssef destacou que o Sudão investe na geração de energia limpa e na produção de combustíveis como o etanol. Neste caso, o principal parceiro do país africano é o Brasil.
O presidente do Conselho da Nação da Argélia, Abdelsalah Bensaleh, disse que é preciso acelerar o envolvimento internacional para reduzir a lacuna que separa os países ricos dos pobres nos projetos de desenvolvimento sustentável.
“Houve um recuo na complementaridade desde a Eco92. Isso foi agravado por crises econômicas e alimentares. Apoiamos as conferências realizadas antes. Entendemos que a economia verde ajuda no desenvolvimento, desde que não existam barreiras comerciais e desde que existam métodos [para se chegar à economia verde], como o reescalonamento de dívidas. Também precisamos da tecnologia apropriada”, afirmou.
Ele disse que a Argélia tem investido em energias limpas como alternativa ao petróleo. Uma das metas da Argélia é a de chegar a 2030 com 40% da energia do país proveniente de fontes não poluentes, especialmente a solar.
Evolução lenta
Pouco antes dos representantes de Sudão, Argélia, Sri Lanka, Tadjiquistão, Zimbábue e Maldivas apresentarem suas posições na Rio+20, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou, na abertura da cúpula, que os progressos realizados desde a Eco92 foram pequenos se comparados aos desafios. “Estou ansioso para ver uma conferência produtiva. Mais uma vez o Brasil é palco de um evento que irá mudar o mundo. Mas desde 1992, o processo em busca do desenvolvimento sustentável tem sido lento. Estamos diante de um acordo histórico”, disse.
A presidente do Brasil e da Rio+20, Dilma Rousseff, disse que o evento será realizado com discussões “à altura do desafio que a situação global nos propõe”.

