São Paulo – As empresas de laticínios que integram a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios exportaram o equivalente a US$ 15 milhões aos países árabes de janeiro a maio deste ano. O valor representa 30% do faturamento das exportações feitas pelas companhias da entidade no período.
A Viva Lácteos conta com 36 empresas, das quais 11 são exportadoras. De acordo com Gustavo Beduschi, assessor técnico da entidade, as vendas externas destas companhias representam praticamente a totalidade do que é embarcado de lácteos do Brasil ao exterior.
Segundo Beduschi, cinco empresas da associação exportam a nações árabes. Nos cinco primeiros meses deste ano, elas embarcaram 6,521 mil toneladas de produtos a países do Oriente Médio e Norte da África. Essa quantidade equivale a 37% do volume exportado pelo setor.
Atualmente, as nações árabes que compram laticínios do Brasil são Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Líbia, Omã e Tunísia. Os dois primeiros são os principais compradores de lácteos brasileiros na região. “A Arábia Saudita porque tem uma população grande e os Emirados porque funcionam como um hub de exportação ao mercado árabe”, explica Beduschi.
Creme de leite e leite condensado são os dois produtos enviados pelo Brasil aos países da região. “O leite condensado (brasileiro) tem uma vantagem muito grande, a de que temos um açúcar muito barato”, diz o assessor da Viva Lácteos. “Nosso principal produto de exportação nos últimos tempos é o leite condensado”, destaca.
Hoje, o mercado árabe é a segundo maior importador dos produtos lácteos do Brasil, atrás apenas da América do Sul. Segundo Beduschi, o principal entrave para um crescimento maior entre os árabes tem sido o preço dos laticínios brasileiros.
“A produção interna teve recuo em 2015 e 2016 e, mesmo com a crise, o brasileiro esteve disposto a pagar mais (pelos produtos lácteos). Isso teve consequências para as exportações”, analisa o assessor.
No total, as empresas da Viva Lácteos exportaram 18 mil toneladas de alimentos ao mundo de janeiro a maio, somando US$ 50,7 milhões em receitas. Para aumentar as exportações, Beduschi conta que as empresas irão revisar as ações e os mercados-alvo definidos para as vendas externas. “Vamos revisar os países e as ações e definir a realização de missões”, explica.
Os países atualmente definidos como prioritários para as empresas do setor são Arábia Saudita, Emirados Árabes, Estados Unidos, Colômbia, Bolívia e Rússia. Sobre as ações voltadas ao mercado árabe, este ano, empresas do setor participaram da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, que ocorreu em fevereiro, em Dubai, além de receberem compradores da Arábia Saudita e Emirados durante a feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), em maio, em São Paulo. “As empresas têm boas perspectivas, o pessoal ficou bem animado [com as possibilidades de negócios]”, afirma Beduschi.