São Paulo – Os países árabes devem reforçar os investimentos públicos e privados para garantir mais crescimento e emprego para os mais jovens. Esses são os principais desafios da região, de acordo com documento “Investimentos e crescimento no mundo árabe” preparado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgado nesta terça-feira (10).
A instituição financeira afirma que enfrentar os desafios do investimento é mais urgente atualmente em função do ambiente econômico menos propício. Segundo o FMI, tanto os importadores como os exportadores de petróleo da região estão expostos a perspectivas de crescimento menor dos seus parceiros comerciais, que terão custos de financiamento mais elevados com a normalização da política monetária dos Estados Unidos.
Também os preços menores do petróleo vão dificultar que o setor público continue impulsionando o crescimento e o emprego, o que torna ainda maior a necessidade de transição para um modelo econômico mais diversificado, com papel maior do setor privado.
O documento afirma que as taxas de investimento cresceram no mundo árabe nas duas últimas décadas, refletindo as condições globais melhores, mas que há muitas diferenças de investimento entre os países da região. O investimento privado, particularmente o investimento estrangeiro direto, tem desempenho inferior ao público, diz o FMI.
Os conflitos na região, porém, aumentaram os desafios econômicos para os países, que foram direta ou indiretamente afetados. E neste momento é necessário manter as condições macroeconômicas estáveis frente a um ambiente externo mais desafiador.
O FMI pede aos países da região reformas para melhorar o ambiente de negócios, inclusive com redirecionamento do papel do governo, com reforço do dinamismo do setor privado, atração de investimento estrangeiro direto e diversificação.
O organismo se propõe a intensificar a análise e diálogo político dos países com os seus departamentos de Oriente Médio e Ásia Central em duas áreas que considera críticas: políticas e reformas para incentivar o investimento privado, além de opções para gerar espaço fiscal para os investimentos públicos e reformas para melhorar a sua eficiência.