São Paulo – Fazer turismo no Brasil desperta interesse em dois terços dos árabes e fazer turismo nos países árabes é vontade da mesma proporção de brasileiros. O dado faz parte de pesquisa realizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e divulgada no Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, que ocorre nesta segunda-feira (02) no Hotel Unique, na capital paulista, com promoção da entidade.
A pesquisa ouviu 1.338 pessoas no Brasil, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Jordânia e Argélia, e foi apresentada no fórum pelo diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, quando ele deu um panorama sobre a relação Brasil-países árabes. O levantamento mostra ainda que para os árabes, o futebol, o turismo, os alimentos e o poder econômico são destaques do Brasil.
O tema do fórum é o futuro das relações entre Brasil e países árabes e a pesquisa apontou que a população das duas regiões acredita que esse futuro depende principalmente de jovens preparados para uma sociedade globalizada, de cidadãos com voz ativa na sociedade e de mulheres com papéis importantes no governo, além de facilidade de integração.
O levantamento mostrou que não há dúvidas entre árabes e brasileiros sobre as oportunidades existentes nesta relação e que o potencial comercial é promissor. A pesquisa também aponta que ambos os povos desejam estar ligados culturalmente e economicamente, fortalecendo esta relação perante a comunidade mundial.
Outras lideranças falaram no fórum sobre o atual cenário econômico das relações entre Brasil e mundo árabe. O vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, citou as perspectivas de crescimento de cada região para este ano – 3% no Brasil e 3,1% no mundo árabe – e disse acreditar que elas abrem grandes oportunidades.
O secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy, disse que os US$ 20 bilhões de comércio que houve em 2017 entre Brasil e países árabes é um número modesto. “Não é proporcional”, disse ele, sobre o tamanho das economias. Segundo ele, a conversa entre árabes e brasileiros não deve ser só sobre comércio, mas sobre parcerias estratégicas.
Ele sugeriu que sejam criados pontos de apoio em portos nas duas regiões, que sirvam para armazenamento de produtos. A ideia é que assim se consiga driblar a volatilidade de preços e que não sejam os intermediários os que levem maior vantagem no comércio do Brasil com os árabes. “Assim os produtores daqui terão mais proveito e os consumidores de lá pagarão menos”, afirmou ele.
A economista chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, deu um panorama sobre a economia brasileira, com ênfase principalmente na recente saída de uma grave crise pelo País. Ela disse que o Brasil tem pela frente grandes desafios, como a política fiscal e a necessidade de acelerar a agenda de reformas. “Precisamos correr com essa agenda, precisamos aproveitar essa economia entrando para os trilhos para avançar nas reformas”, disse Latif.
Também falou ao público o presidente da Câmara de Comércio de Amã, o senador jordaniano Issa Mrad. Ele apresentou vários setores da Jordânia que têm interesse em receber investimentos brasileiros, como o farmacêutico, a pecuária, a agricultura, o turismo, a energia e a infraestrutura. Mrad falou sobre o ambiente seguro para investimentos que tem o seu país.