São Paulo – Os quatro primeiros meses de 2011 foram os melhores dos últimos anos para as exportações das cooperativas brasileiras e os países árabes estiveram entre os responsáveis por esse desempenho. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), entre janeiro e abril deste ano as vendas externas das cooperativas somaram US$ 1,681 bilhão, um crescimento de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado. É o melhor resultado do setor desde 2005, quando esses dados começaram a ser analisados.
Os árabes Emirados e Argélia figuraram entre os cinco principais destinos do período. Os Emirados fizeram compras no valor de US$ 106,4 milhões e ficaram em quarto lugar na lista, com 6,3% do total, seguidos pela Argélia, que ficou em quinto lugar, com 6,2% e importações de US$ 104,9 milhões. A maior parte dos produtos das cooperativas, porém, foi exportada para a Alemanha. O país europeu comprou US$ 195,6 milhões e foi responsável por 11,6% do total. Os Estados Unidos importaram US$ 164,8 milhões (9,8% do total) e foram seguidos por China (US$ 129,3 milhões, o que representa 7,7% do total). Outros grandes compradores foram Rússia (5,6%), Países Baixos (4,7%), Japão (4,6%), Nigéria (3,1%), Arábia Saudita (2,8%), Bélgica (2,6%) e Bangladesh (2,5%).
O gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Gregory Honczar, afirma que o crescimento – e o recorde – das exportações do setor são motivados, especialmente, por uma iniciativa do governo brasileiro. "Há uma tendência de diversificar a pauta de produtos exportados e de mercados atendidos além dos tradicionais, que são os Estados Unidos e a União Europeia", afirma. De acordo com a OCB, que representa 6.652 cooperativas, os US$ 106,4 millhões em produtos exportados aos Emirados entre janeiro e abril representam um crescimento de 130% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é um exemplo, segundo Honczar, da diversificação de parceiros comerciais do Brasil. Ele acrescenta que fatores mercadológicos e eficiência das cooperativas também contribuíram para este aumento nas exportações.
O café em grão foi o líder entre os produtos mais vendidos para o mercado internacional. Entre janeiro e junho, as vendas da commodity atingiram US$ 256,6 milhões (15,3% do total). O café foi seguido por trigo (12,4% do total), açúcar refinado (12,2%), açúcar bruto (10,7%), soja em grãos (10,4%), farelo de soja (9,3%), pedaços de frango (8,9%), etanol (6,6%) e carne suína congelada (2,9%).
Embora o café seja o campeão de exportações das cooperativas, ele não é o produto que elas mais vendem aos países árabes. Segundo a OCB, do total importado pelos Emirados Árabes, 75% foi de açúcar refinado, 13% de açúcar bruto e 7,5% foi de carnes. Já o principal produto que a Argélia comprou das cooperativas foi o trigo, que respondeu por 80% do total. Para Honczar, porém, a venda de trigo é exceção, pois o Brasil costuma importar trigo da Argentina. A Arábia Saudita, que nos quatro primeiros meses importou US$ 47,6 milhões, comprou açúcar das cooperativas nacionais (99,9% do total). Juntos, Arábia Saudita, Argélia e Emirados somam 15,3% (ou US$ 257 milhões) das exportações das cooperativas brasileiras entre janeiro e abril.
As cooperativas do Paraná foram as que mais exportaram no período: US$ 588,2 milhões, ou 35% do total. Os cooperados de São Paulo exportaram US$ 483,5 milhões (28,8%), seguidos pelos de Minas Gerais (15,1%), Rio Grande do Sul (9,6%), Santa Catarina (5,2%), Mato Grosso (2,4%), Mato Grosso do Sul (1,2%), Goiás (1%) e Tocantins (0,6%).
Importações
As importações das cooperativas também cresceram, mas em escala menor do que as exportações. De acordo com o MDIC, as cooperativas importaram nos quatro primeiros meses deste ano US$ 83,1 milhões, um aumento de 2,3% em relação a 2010, quando, no mesmo período, os cooperados importaram US$ 81,2 milhões. Cloreto de potássio, diidrogeno-ortofosfato de amônio e máquinas para fiação de matérias têxteis foram os principais produtos importados. Alemanha e Estados Unidos foram os principais fornecedores de produtos às cooperativas brasileiras no período.