São Paulo – Os árabes se destacaram entre os principais parceiros comerciais do Brasil no setor do café neste primeiro quadrimestre de 2021. O bloco importou 678 mil sacas de 60 quilos do produto brasileiro, um crescimento de 40,5% frente ao volume adquirido no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados no relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Ainda de janeiro a abril, a receita cambial gerada com as vendas aos países árabes foi de US$ 71 milhões, em comparação aos US$ 54,9 milhões nos mesmos meses de 2020. A participação desse bloco também ganhou mais peso. Agora as compras árabes são 4,6% do total vendido pelo Brasil, contra os 3,5% que representavam no mesmo período do ano anterior.
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Já nas exportações totais deste ano, as remessas brasileiras de café atingiram 14,8 milhões de sacas, avançando 8,6% frente ao primeiro quadrimestre de 2020. Foram obtidos US$ 1,95 bilhão com os embarques, o que implica incremento de 6,1% em relação ao levantado em idêntico período anterior.
Abril
No mês de abril, no entanto, o Cecafé apontou que as exportações totais brasileiras de café tiveram uma queda de 8,5% na comparação com o desempenho registrado no mesmo período de 2020. O total exportado agora foi de 3,3 milhões de sacas. No mês, a receita cambial também recuou, desta vez em 7,4%, rendendo US$ 447,2 milhões ao país.
Diante dos desafios logísticos que o setor comercial enfrenta atualmente, o presidente da entidade, Nicolas Rueda, considera o desempenho positivo. O executivo explica que o volume embarcado no mês foi fruto da eficiência logística dos exportadores brasileiros, que enfrentaram entraves logísticos gerados pela covid-19 e pela concentração do fluxo do comércio na Ásia, que estaria reduzindo a disponibilidade de contêineres para exportação do grão.
O presidente do Cecafé lembra, ainda, que para a safra que está começando a ser colhida neste ano no País, o cenário é de alerta. “Sabidamente, a próxima safra é de baixa no ciclo bienal da produção brasileira. Além disso, o setor continua observando as condições climáticas, que já impactaram o volume a ser colhido devido ao menor nível de chuvas no último trimestre de 2020 e em 2021”, ponderou Rueda.