São Paulo – Os países árabes importam mais produtos de moda que a média mundial. Também compram no exterior alimentos e materiais de construção bem acima da média. O dado faz parte de um levantamento do Departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que disponibilizou no último mês, no site da entidade, novos dados sobre o mercado árabe, entre eles sobre setores com oportunidades em cada país.
Segundo o gerente do Departamento, Rodrigo Solano, as áreas de moda, alimentos e construção estão no topo de um ranking que leva em conta a importação per capita dos produtos em cada região.
Em produtos de moda, por exemplo, os árabes gastam cerca de US$ 54,4 bilhões com importações ao ano. Em materiais de construção são US$ 41 bilhões e em alimentos US$ 75,8 bilhões. Nos três segmentos, o Brasil tem produção significativa para atender o mercado árabe. "No caso de alimentos, o Brasil tem potencial em commodities, principalmente milho, soja e seus produtos", diz Solano.
A área de moda inclui cosméticos, como xampus e cremes, além de calçados, e a Câmara Árabe detectou que justamente são estas as áreas promissoras para o Brasil atuar como fornecedor. “Mas os produtos precisam ter um conceito, um diferencial”, diz.
Em materiais de construção, o gerente do Departamento lembra que o mercado brasileiro está aquecido e isso pode ser uma dificuldade. Mas acredita que é uma boa estratégia para as empresas investirem nos países árabes pensando no longo prazo. “Em pedras e cerâmicas, por exemplo, o Brasil já tem uma participação maior de mercado. Mas há outras áreas com demanda, como a de produtos plásticos para construção, como tubos e conexões, metais e ferramentas”, afirma Solano.
Ele acrescenta que o setor de maquinários é no qual os países árabes têm a maior importação mundial absoluta, em valores. São US$ 81 bilhões ao ano.
No site da Câmara Árabe estão disponíveis dados a respeito de cada país árabe, que incluem as áreas mais promissoras para o Brasil vender em cada um deles. O espaço virtual já mostrava perfis de nações árabes, mas agora os dados oferecidos foram ampliados. Os levantamentos sobre cada país começam com informações gerais, mostrando o que há de mais relevante no perfil de cada um e seguem com outras informações sobre, por exemplo, economia, população e consumo. Os dados econômicos passaram de seis para mais de 30 para cada uma das nações. Há informações relativas a 2009 e projeções para 2010 e 2011.
Os perfis incluem também informações sobre exigências para exportar a cada país. Fazem parte deste levantamento as necessidades de registro, as questões contratuais, os regimes aduaneiros e as exigências legais para segmentos específicos.
De acordo com Solano, os novos perfis demandaram cerca de seis meses de trabalho e foram feitos em um novo sistema eletrônico, moderno e inteligente, que permite o cruzamento de vários dados. “O objetivo é fazer com que os empresários, conhecendo as oportunidades, necessidades e exigências de cada mercado, tenham mais sucesso na negociação”, conclui.
Acesse os novos perfis dos países árabes
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