São Paulo – A Arábia Saudita investe parte de suas receitas petrolíferas de US$ 1 bilhão ao dia em melhorias no sistema de educação superior, segundo informações do jornal Bahrain Tribune, do Bahrein. Na primeira fase do plano, está sendo construída uma escola de ciência e tecnologia ao custo de US$ 10 bilhões. A instituição terá parcerias com as universidades de Cambridge (Reino Unido) e Stanford (Estados Unidos) e com a General Electric (GE).
A instituição será independente dos sábios que dominam a educação saudita desde 1979 e criará novas opções de estudo no país, onde os cursos têm como foco principal a religião. A Universidade Rei Abdullah de Ciência e Tecnologia (Kaust), localizada 80 quilômetros ao norte de Jeddah, vai abrir suas portas em setembro de 2009 e terá avenidas arborizadas, um canal e uma marina.
A Arábia Saudita não é o único país na região que pretende atrair educadores internacionais para melhorar e diversificar sua economia. Entre as grandes instituições internacionais de educação superior, as norte-americanas Universidade de Nova York e Cornell têm planos para abrir campus em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e em Doha, no Catar, respectivamente.
Isso pode ajudar jovens formandos a encontrar empregos e reduzir o risco de desemprego por longos períodos, o que empurra muitos jovens para grupos terroristas, declarou ao jornal o analista de assuntos do Oriente Médio, Anoushka Marashlian, radicado em Londres.
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al Naimi, é responsável pelo projeto em Jeddah e o presidente da Agência Saudita de Investimentos (Sagia), Amr Al Dabbagh, está atraindo investimentos estrangeiros ao sistema de educação do país.
Segundo Al Dabbagh, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, quer utilizar o capital petrolífero para o desenvolvimento humano. Ele quer que seu país se transforme em produtor de conhecimento e não apenas consumidor.
Na Arábia Saudita, os jovens com idades entre 20 e 24 são responsáveis por 44% da população economicamente ativa desempregada e o sistema educacional tem sido criticado por educar jovens que não estão preparados para o mercado de trabalho.
Entretanto, segundo informa Farid Abolfathi, gerente-geral do departamento de risco de macroeconomia e países na consultoria Global Insight, de Nova York, especializada em análises políticas para governos e empresas, investir no setor universitário não vai reduzir o controle dos setores religiosos sobre os jovens com menos de 14 anos, que formam 38% da população saudita.
*Tradução de Mark Ament

