Isaura Daniel
São Paulo – Os árabes estão mascando mais chicletes brasileiros. As exportações nacionais de gomas de mascar para o mundo árabe aumentaram 86% nos onze primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Elas passaram de US$ 463,5 mil para US$ 852,4 mil. O volume vendido também cresceu. Saiu de 340 toneladas entre janeiro e novembro de 2004 para 647 toneladas neste ano. O crescimento foi de 90%.
Por trás dos números de exportação estão empresas brasileiras como a Peccin, fabricante de guloseimas da cidade gaúcha de Erechim, e a Kiuti, empresa com sede em Marília, no interior de São Paulo. As duas exportam chicletes para os países árabes. "Entre as crianças árabes, o costume de mascar chicletes é ainda maior do que no Brasil. Os árabes gostam muito de doces", explica o gerente de desenvolvimento de mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Ely Dawly.
O maior comprador dos chicletes brasileiros no mercado árabe é Emirados Árabes Unidos. O país do Oriente Médio gastou US$ 379 mil com gomas de mascar brasileiras nos onze primeiros meses deste ano. O valor significa aumento de 80% sobre o mesmo período do ano passado. "Os Emirados não têm grandes fábricas de chicletes", lembra Dawly. O país, de acordo com ele, também é distribuidor de produtos para outros países da região.
Depois dos Emirados, o segundo maior importador, no mundo árabe, é o Líbano. O país comprou US$ 124,7 mil em chicletes do Brasil entre janeiro e novembro. O Sudão foi o terceiro maior importador, com US$ 99 mil, a Arábia Saudita o quarto, com US$ 46,2 mil, e a Argélia o quinto, com US$ 41 mil. No total, 14 países árabes importam os chicletes do Brasil, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Sukest nas Arábias
Se depender das empresas brasileiras, as exportações de chicletes para os países árabes vão crescer ainda mais no próximo ano. A Sukest, de Bauru, fábrica de balas, drops, chicletes e refrescos do interior de São Paulo, é uma das empresas que quer começar a vender para os países árabes no próximo ano. A empresa pretende participar em janeiro da ISM, feira internacional de Confeitaria, Biscoitos e Doces, em Colônia, na Alemanha, com o objetivo de conquistar novos importadores, entre eles os árabes.
"O mercado árabe é um grande consumidor neste segmento", diz o gerente comercial da Sukest, Rodolfo Sassi. A feira de Colônia é famosa por receber comerciantes de várias partes do mundo. A Sukest já exporta para países da América do Sul, Sul e Costa Oeste da África, e Canadá, mas quer entrar em novos mercados. Atualmente a produção mensal da fábrica paulista é de 500 toneladas mensais e as vendas externas representam menos de 5%. Os chicletes da Sukest são voltados para o público infantil e juvenil.
Chiclete do Brasil
As exportações de chicletes do Brasil para os países árabes aumentaram bem acima da média nacional. As vendas externas brasileiras de chicletes como um todo alcançaram US$ 32,4 milhões nos onze primeiros meses do ano, com crescimento de 4,4% sobre o mesmo período de 2004, quando o setor faturou US$ 31 milhões com exportações.

