São Paulo – A cidade gaúcha de Caxias do Sul recebe até este domingo (8) a 3ª edição da Feira Internacional de Cultura e Artesanato Mãos da Terra. Os 250 expositores de 28 países levam ao Centro de Eventos Festa da Uva produtos feitos por artesãos de seus locais de origem. Brasileiros, por exemplo, participam com peças feitas com o capim dourado, de Tocantins, ou com artesanatos de índios do sul da Bahia. Indianos levam tecidos e os turcos, copos folheados a ouro. Os árabes também participam da feira com tecidos da Síria, pratos de cerâmica da Palestina e cristais da Tunísia, entre outros.
A diretora comercial da feira, Karine Romera, afirma que a proposta é incentivar a venda de produtos feitos por artesãos brasileiros, mas, também, promover a troca de técnicas e culturas entre os países. “Além do artesanato, há apresentações de música peruana, flamenca, árabe e dança do ventre”, afirma. A edição deste ano também conta com um incentivo do governo brasileiro. Produtores de nove estados estão representados com apoio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Em Caxias do Sul, o evento termina no domingo. Até a última quarta-feira (4), 27 mil pessoas passaram pelo local. Esta edição da Mãos da Terra, no entanto, não acaba em Caxias. No fim do mês, o evento chega em Santa Catarina e passará por Blumenau, Chapecó, Criciúma e Joinvile.
Um dos expositores do evento é o sírio Mohamed Al Hassar. Ele não produz o que vende, mas compra de artesãos parentes e amigos na sua cidade natal, Damasco, capital da Síria. Casado com uma brasileira, Mohamed passa metade do ano no Brasil e a outra metade em seu país de origem. E, enquanto ele vende os produtos em uma feira no sul do país, sua mulher participa de outros eventos no nordeste. Embora já comercialize artesanato no Brasil há três anos, esta é a primeira vez que ele participa desta feira.
“Vendo aqui e vou para a Síria comprar mais. O público se interessa muito pelo que fazemos. O povo brasileiro valoriza o trabalho do artesão e recebe bem os estrangeiros”, afirma Mohamed. Entre os produtos à venda na sua loja, chamada "Reino Árabe", há narguilés, toalhas e bordados. Além do sírio Mohamed, os países árabes têm representantes da Tunísia, Líbano, Egito, Marrocos e Palestina.