São Paulo – As empresas brasileiras do setor de iluminação querem exportar ao mercado árabe. Por meio do projeto de promoção comercial Lux Brasil, as fabricantes têm a Arábia Saudita como mercado alvo, ao lado de Alemanha, Chile, Estados Unidos, Reino Unido e Peru. Algumas avaliam que todo o Golfo tem potencial para comprar os produtos, sobretudo aquelas que oferecem projetos customizados e que realçam as características brasileiras no design e materiais utilizados.
O projeto Lux Brasil foi criado em 2010, resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que desenvolve projetos com diversas instituições. Por meio deles são realizadas viagens, participação em feiras e ações de marketing.
De acordo com a gestora de inteligência comercial do projeto na Lux Brasil, Clarissa Marchioretto Amadio, as empresas brasileiras do setor de iluminação exportam desde os anos 1970, mas este segmento reúne companhias com características e áreas de atuação muito distintas. Há empresas que atuam com iluminação pública, outras no setor de iluminação comercial e outras, ainda, no de iluminação decorativa.
Em relação ao mercado árabe, afirma, o foco são os projetos e produtos de iluminação decorativa. A Arábia Saudita figura entre os mercados alvo devido às pesquisas feitas pelo projeto. “As empresas brasileiras podem se destacar nestes países ao mostrar a brasilidade, por meio dos projetos e do design brasileiro. Eles apreciam isso”, afirmou Amadio à ANBA. Ela disse que neste setor há concorrência de preço com os produtos da China, e de design e acabamento com europeus e norte-americanos. “Podemos ser uma alternativa ao reunir qualidade, tecnologia e design, porém com um preço menor”, afirmou.
Uma das empresas que apostam no mercado árabe é a Aver Metais, de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. O diretor da empresa, Jefferson Aver, afirmou que o processo de internacionalização da empresa ainda é recente. A intenção de exportar, contudo, é antiga. Além disso, diz, seus lustres e luminárias se encaixam no gosto dos árabes.
“Temos um produto de maior valor agregado, que pode ser a ‘joia’ casa. Podem ser folheados em ouro e em prata. Mas se destacam mesmo aqueles com cristais de rochas brasileiras. Nosso estilo é clássico, que se encaixa ao gosto dos clientes árabes”, afirmou. Um lustre da empresa pode custar até três vezes menos do que os US$ 8 mil cobrados por concorrentes.
A Fasa, que faz projetos com fibra ótica também aposta no mercado árabe, embora o diretor de marketing, Wilson Sallouti, afirme que esse projeto ainda está em estágio “embrionário”. Iluminação de piscinas, chafarizes e ambientes são alguns dos serviços que a Fasa oferece. “Nossos produtos são customizáveis e arrojados, o que se encaixa em projetos da região. As aplicações da fibra ótica são condizentes com ambientes em que há água, porque não conduz eletricidade, e de museus e obras de arte, pois não transmitem infravermelho (e não geram calor)”, afirmou. A empresa fica em Peruíbe, no litoral de São Paulo, e exporta para Chile e Bolívia.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), organizados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as empresas associadas à Abilux exportaram US$ 191,1 milhões em 2015, com queda de 15% em comparação a 2014. O principal comprador foi o México, seguido por Estados Unidos, Índia e China. De acordo com informações do site do projeto Lux Brasil, o atual convênio com a Apex-Brasil se encerrará no fim deste ano, e prevê investimentos de R$ 3,1 milhões entre dezembro de 2014 e dezembro de 2016.
Informações:
Lux Brasil – http://www.luxbrasil.net/
Aver Metais – http://www.avermetais.com.br/ e +55 54 3220-4043
Fasa – http://www.fibraotica.com.br/ e +55 13 3458-2878


