Omar Nasser, da Fiep*
Curitiba – O mercado árabe assumiu a posição de principal consumidor das carnes de frango produzidas no Paraná. No ano passado, respondeu por 67% das vendas externas do segmento. Em 2007, o Oriente Médio e o Norte da África receberam 283,7 mil toneladas de carnes de galos e galinhas cortadas e congeladas, de um total de 423,7 mil toneladas produzidas no estado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
"Com certeza, este é o nosso principal mercado", atesta Domingos Martins, presidente do Sindicato e Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Sindiavipar). Esse desempenho, de acordo com Martins, deve-se à qualidade do produto paranaense e à adaptação das indústrias do setor às normas de abate islâmico, fundamental para as exportações para a região. "Nossas empresas são modernas e algumas delas são constituídas especialmente para atender a esse mercado", afirma.
A receita cambial total obtida com as exportações do setor avícola paranaense atingiu US$ 503 milhões no ano passado. Deste volume, os países árabes foram responsáveis por US$ 336,2 milhões, ou 66,8%. O presidente do Sindiavipar prevê um futuro promissor para este relacionamento. "Estamos investindo tanto no campo quanto em novas plantas industriais", declara Martins, o que vai ampliar as condições de atendimento à demanda árabe pelo frango paranaense, que continuará crescente.
Liderança
O Paraná liderou em 2007 a produção e os abates de frango no País. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado o estado foi responsável por 25,32% da produção nacional. No Paraná, o crescimento do abate foi de 11,02%, passando de 994,01 milhões de cabeças abatidas em 2006 para 1,1 bilhão em 2007.
Segundo o IBGE, o crescimento deveu-se em parte à queda do abate em 2006, causada pela divulgação de focos de gripe aviária e febre aftosa em outros países. Depois do Paraná, o segundo maior produtor de aves é Santa Catarina, responsável por 18,9% da produção nacional. Segundo o IBGE, em 2007 foram produzidas 824,3 milhões de cabeças naquele estado. O Rio Grande do Sul, terceiro colocado, respondeu pela produção e abate de 734 milhões de cabeças.