São Paulo – A Arábia Saudita criou 600 mil empregos no setor privado desde o fim de 2011, o que levou o desemprego entre os homens a cair para 6,1% em 2012, o menor nível em 13 anos. De acordo com informações de agências internacionais, divulgadas na quarta-feira (19), a queda no desemprego e o aumento na quantidade de vagas foram proporcionados por reformas feitas pelo governo em 2011.
Uma das medidas adotadas pelo Ministério do Trabalho foi implantar o sistema de cotas que determina quantos funcionários estrangeiros uma empresa privada pode ter. As companhias que empregarem mais estrangeiros do que sauditas são multadas em US$ 640.
A proporção de funcionários locais ou estrangeiros que uma empresa pode ter é determinada pelo tamanho dela, mas as companhias preferem contratar estrangeiros porque o salário e os encargos deles são menores do que os dos sauditas. As medidas do governo também incluem monitorar os salários para impedir que os empregadores burlem as regras trabalhistas.
A reforma no setor trabalhista foi adotada depois que um relatório do Banco Central da Arábia Saudita divulgado em 2011 mostrou que nove em cada dez empregados sauditas trabalham no setor público. O mesmo levantamento indicou que nove em cada dez estrangeiros trabalham no setor privado. A Arábia Saudita tem seis milhões de funcionários de outros locais. O governo decidiu mudar esta realidade porque quer que seus habitantes atuem no setor privado e porque o alto desemprego foi uma das causas da primavera árabe em outros países.
Mulheres no mercado de trabalho
O vice-ministro do Trabalho, Mofraj Al-Haqbani, também afirmou que o governo saudita está ampliando a participação das mulheres no mercado de trabalho. Ele disse que antes que as reformas fossem adotadas apenas 70 mil mulheres haviam sido empregadas pelas empresas particulares. Desde o fim de 2011, elas corresponderam a um terço dos novos funcionários contratados pelo setor privado.
O ministro do trabalho também disse que cerca de um milhão de profissionais sauditas participam do programa de recolocação profissional e que desse total 86% são mulheres. Ainda segundo Al-Haqbani, a Arábia Saudita criou regras para que algumas empresas do varejo só contratem mulheres, como o setor de cosméticos. Ele garantiu, também, que o governo envia "centenas de milhares" de mulheres para programas de bolsas de estudo no exterior.

