São Paulo – O Brasil deverá retomar neste mês os embarques de carne bovina para a Arábia Saudita. Após três anos de embargo, o país árabe anunciou em novembro do ano passado a retomada das compras, mas como é preciso reabilitar plantas produtoras, são necessários alguns meses para que as exportações sejam concretizadas. De acordo com as estimativas divulgadas nesta segunda-feira (15) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os embarques deverão ser realizados ainda neste mês, três meses após o fim do embargo.
Segundo as informações do Mapa, estão habilitados a produzir e exportar carne bovina in natura e industrializada nove frigoríficos no Mato Grosso do Sul, seis no Mato Grosso, cinco em Minas Gerais, dois no Rio Grande do Sul, dois em Rondônia, dois no Paraná, 10 em São Paulo, oito em Goiás, três no Pará e um em Tocantins.
Depois que um processo de embargo é suspenso, o país exportador precisa enviar documentos ao comprador e reabilitar suas plantas para exportar para aquela nação. Outros países que seguem a decisão saudita no Golfo também deverão voltar a comprar carne do Brasil.
À ANBA, o Mapa afirmou que as empresas interessadas em voltar a exportar devem entrar no site da Autoridade Saudita para Alimentação e Medicamentos (SFDA, na sigla em inglês) e lá fazer a “reconfirmação de seus dados”. O Ministério afirma que, de acordo com informações da Arábia Saudita, o procedimento é realizado em até duas horas. A partir de então, a empresa está apta a retomar as exportações.
A expectativa do Ministério da Agricultura é que apenas neste ano as exportações de carne bovina para os sauditas irão atingir US$ 42 milhões, com potencial para chegar a US$ 74 milhões nos próximos anos. Em dezembro, a previsão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), era de que as compras da Arábia Saudita, Catar, Kuwait e Bahrein podem atingir 50 mil toneladas por ano, ou US$ 230 milhões.
A Arábia Saudita e diversos outros países deixaram de importar carne brasileira e seus derivados em novembro de 2012, quando o governo anunciou que uma vaca do rebanho paranaense morrera em 2010 portadora da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”. O animal, contudo, não desenvolveu a doença e o caso foi considerado como “atípico” pela Organização Internacional para a Saúde Animal (OIE). Depois desta decisão, a maioria dos países retomou as importações, mas não a Arábia Saudita nem algumas das nações do Golfo que agora voltam a comprar.
Ainda segundo as informações do Mapa, em 2014 a Arábia Saudita importou US$ 497 milhões em carne bovina. Desse total, US$ 251 milhões foram comprados da Índia e US$ 156 milhões da Austrália, os dois principais fornecedores do país árabe.
Serviço
Mais informações: http://old.sfda.gov.sa/en/Pages/default.aspx


