Silwan Abbassi*
Brasília – O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, comandou a abertura do evento "Argel, Capital da Cultura Árabe 2007" neste final de semana na capital argelina. A cerimônia, organizada no Palácio das Nações, contou com a presença do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, personalidades ligadas à cultura e funcionários do governo. As informações são da agência de notícias argelina Algérie Presse Service (APS).
Em discurso, o presidente falou da "suma importância" do tema. Segundo ele, o papel dos intelectuais e artistas "não se resume a um evento, deve se manifestar em todas as ocasiões e em todos os lugares". Ele reafirmou a gratidão da Argélia para com todos os intelectuais livres, escritores e artistas que apoiaram a luta pela libertação do país, "apesar de todas as dificuldades e ameaças que o país enfrentou" durante a Guerra de Independência contra a França na década de 1960.
Segundo a agência France Presse, durante um ano Argel será a "Capital da Cultura Árabe", título rotativo concedido pela Liga Árabe a uma capital diferente a cada ano. O objetivo do evento é mostrar a riqueza da herança cultural árabe nas artes e na literatura. De acordo com os organizadores, diversas publicações serão lançadas, como romances, poemas e quadrinhos, além de livros de arte sobre as cidades da Argélia.
Vão ocorrer exposições de livros árabes, da região do Magreb e internacionais, além de encontros literários, incluindo um festival de poesias escritas por mulheres. Em novembro, um tributo à Palestina deve reunir escritores do país, informam os organizadores.
Cerca de 45 peças teatrais nacionais e internacionais estão programadas, além de conferências sobre teatro árabe, criação teatral feminina e uma homenagem aos grandes nomes do teatro no mundo árabe.
Ainda de acordo com a France Presse, os organizadores também anunciaram a exibição de 77 novas produções cinematográficas, espetáculos musicais e uma série de exposições dedicadas aos centros históricos do Magreb e do Saara. O Magreb é formado por Argélia, Líbia, Mauritânia, Tunísia e Marrocos.
Um fundo especial no valor de 5,5 bilhões de dinares argelinos (US$ 75,6 milhões) foi criado para financiar os eventos, segundo o Ministério da Cultura do país. A decisão de organizar o evento anualmente em cada uma das capitais árabes foi tomada em 1996 pela Organização Árabe para a Educação, Cultura e Ciência (Alesco, a equivalente árabe da Unesco).
*Tradução de Gabriel Pomerancblum