Silwan Abbassi*
Brasília – Os consórcios Sonatrach-Sonelgaz, da Argélia, e Mubadala Development Company-Dubai Aluminium, dos Emirados Árabes Unidos, assinaram neste final de semana um contrato para a construção da primeira fundição de alumínio da Argélia. A obra deverá custar US$ 5 bilhões. As informações são do jornal árabe Al Hayat.
O contrato foi assinado pelo diretor administrativo da Mubadala Development Company, Khaldoon Khalifa Al Mubarak, pelo presidente da Dubai Aluminium (Dubal), Abdullah Kalban, e pelo presidente da Sonatrach, Mohamed Meziane. A Mubadala pertence ao governo de Abu Dhabi, a Dubal ao emirado de Dubai e a Sonatrach é a petrolífera estatal argelina.
De acordo com informações da Mubadala, o projeto é o maior investimento estrangeiro anunciado atualmente na Argélia. A Mubadala e a Dubal vão aplicar recursos e know-how no negócio. Além da construção, as duas companhias assinaram um contrato de desenvolvimento conjunto que inclui a operação da fundição e investimentos totais de mais de US$ 8 bilhões.
Segundo a Mubadala, o complexo será construído em uma área de 400 hectares na região de Beni Saf, no Noroeste da Argélia. A capacidade de produção será de 700 mil toneladas por ano de alumínio de alta qualidade, a maioria parte para exportação.
Estudos preliminares de viabilidade já foram concluídos e um estudo detalhado será iniciado imediatamente, incluindo avaliações sobre impacto ambiental e social para garantir o uso das melhores práticas industriais nas etapas de projeto, construção e operação.
De acordo com a Emirates News Agency (WAM), o complexo vai incluir uma usina elétrica exclusiva de 2 mil megawatts, com um cais especialmente construído para receber matéria-prima importada e exportar alumínio..
Khaldoon Al Mubarak, da Mubadala, disse que o negócio fortalece a relação entre Emirados e Argélia. "A Mubadala já tem investimentos na Argélia, em projetos de usinas elétricas, petróleo e gás natural", afirmou. "O novo investimento é necessário para atender ao crescimento da demanda por alumínio no mundo todo. O aumento no custo da energia em algumas regiões está tornando as fundições antigas economicamente desvantajosas", acrescentou.
De acordo com a Algérie Presse Service (APS), o Ministro das Minas e Energia da Argélia, Chakib Khelil, disse que o contrato "é um exemplo de parceria entre investimento estrangeiro, árabe em particular, e nacional". O projeto deverá gerar mais de mil empregos na fase de construção e outros dois mil na fase de exploração. O ministro argelino das Participações e Promoção dos Investimentos, Hamid Temmar, acrescentou que o acordo inaugura a implementação de uma nova estratégia industrial do país.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

