São Paulo – Os exportadores argentinos têm a possibilidade de vender suas mercadorias ao mercado árabe por meio de uma plataforma virtual. O Salão de Exposição Permanente, como é chamado o portal (PEH, na sigla em inglês para Permanent Exhibition Hall), foi lançado pela Câmara de Comércio Argentino-Árabe em setembro deste ano para ajudar os empresários do país a seguirem negociando com importadores árabes em meio à pandemia.
Em entrevista à reportagem da ANBA, o presidente da Câmara de Comércio Argentino-Árabe, Julio Husain Made (foto acima), contou que a instituição trabalha na promoção do comércio entre a Argentina e os países árabes e que a relação entre as duas regiões se baseia principalmente na confiança, no afeto e nos contatos pessoais. “Se não há afeto e confiança, é muito difícil ter acesso a esse mercado”, afirmou o CEO.
Com a início da pandemia de coronavírus, as ações da Câmara Argentino-Árabe, como a participação em feiras e exposições, tiveram que ser suspensas assim como o contato presencial com os árabes. “Então decidimos oferecer uma ferramenta para que essa aproximação se materialize por meio virtual”, explicou Made.
Podem oferecer seus produtos ao mercado árabe por meio do Salão de Exposição Permanente empresas associadas à Câmara Argentino-Árabe. Made explica que o espaço é voltado a sócios para que a instituição saiba quem são as empresas que estão ali negociando, se são bem intencionadas. Empresas árabes também podem oferecer produtos ao mercado argentino por meio da plataforma digital permanente.
Apesar da iniciativa ser voltada para o comércio entre árabes e argentinos, Made explica que nada impede que empresas de outras partes do mundo acessem as ofertas, como, por exemplo, brasileiros interessados em adquirir produtos de países árabes. A exposição de mercadorias árabes é ainda tímida – o maior volume é de produtos argentinos – e a Câmara Argentino-Árabe está trabalhando para fazê-la crescer.
A Câmara está divulgando a iniciativa para ganhar adeptos. Made cita alguns parceiros com os quais a instituição está fazendo isso, como o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina e seus braços, como a agência que cuida da promoção das exportações e a secretaria de comércio internacional, além das embaixadas. O presidente conta que também há apoio da União das Câmaras Árabes e associados.
Nos primeiros seis meses, o serviço está sendo oferecido de forma gratuita para todos, tanto expositores árabes quanto argentinos. Made conta que o salão ficará disponível para sempre, que a iniciativa não tem volta. “Estamos trabalhando para fortalecê-lo, vamos fazer todas as promoções nos países árabes para que o conheçam, vamos dar passos firmes nesse sentido e acredito que será muito exitoso”, diz o presidente.
A Argentina exporta aos países árabes principalmente alimentos, mas Made vê que há nichos de mercado a explorar em setores como instalações elétricas, equipamentos médicos e tecnologia agrícola. Segundo o presidente da Câmara Árabe-Argentina, hoje a exportação argentina responde por 0,5% a 1% de tudo o que é importado pelos árabes, cerca de US$ 5 bilhões por ano. Na outra via, os embarques dos árabes para a Argentina são muito pequenos.
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