São Paulo – Brasil e Argentina devem colaborar para o crescimento econômico da região da América Latina e Caribe neste ano, cujo Produto Interno Bruto (PIB) avançará 3,5%, segundo projeção foi divulgada nesta terça-feira (23) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O organismo prevê alta de 3% para a economia brasileira neste ano e de 3,5% para a Argentina, baseado na expectativa de recuperação das atividades agrícolas e dos investimentos, além de demanda interna aquecida.
“Haverá continuidade do crescimento do consumo e, em menor medida, dos investimentos, fruto de uma melhora nos indicadores de emprego e aumento do crédito bancário ao setor privado”, afirma a Cepal. Unido a isso, deve colaborar para o avanço dos dois países o nível elevado dos preços de matérias-primas. O organismo projeta queda para o preço mundial dos alimentos e menor avanço das cotações de commodities, como minério e metais. Mesmo com o recuo, o custo dos produtos seguirá em patamar alto.
A Cepal projeta uma recuperação parcial para economia da América Latina e Caribe em 2013 e esclarece que a demanda externa não terá grande peso no crescimento. “Se estima que o prolongamento da incerteza sobre a recuperação da economia internacional e o escasso dinamismo das economias desenvolvidas se traduzirão em uma baixa contribuição da demanda externa para o crescimento econômico em 2013”, afirma o organismo no documento intitulado “Balanço Econômico da América Latina e Caribe 2012”.
A maioria dos países da América Latina e Caribe, exceto a Argentina, continuarão a apresentar trajetória descendente no nível de risco, estima a Cepal. “Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai, que exibem um menor risco do que o conjunto dos países emergentes no mundo, continuarão melhorando progressivamente em seus indicadores, que cada vez apresentam níveis mais parecidos”, afirma Cepal.
Os países da região que são exportadores de alimentos e têm como principais importadores os europeus, devem ser afetados. “Por outro lado, para os exportadores de produtos minerais e metálicos, cujo principal destino é o mercado asiático, as perspectivas são mais alentadoras, graças a um robusto crescimento da economia chinesa e uma maior atividade econômica esperada do Japão”, diz o documento.
Paraguai liderará a expansão na região em 2013, com avanço de 10% no PIB, seguido por Panamá, com 8%, Peru, com 6%, Haiti, com 6%. A média de crescimento da América do Sul é de 3,5%. Segundo a Cepal, em 2012 a economia da América Latina e o Caribe cresceu 3%.
A projeção de crescimento de 3,5% para América Latina e Caribe é levemente inferior à feita pela Cepal em dezembro do ano passado, de 3,8%. Os motivos para a revisão são a incerteza sobre o futuro da economia mundial, o baixo dinamismo dos países desenvolvidos e a recuperação menos dinâmica que do que a prevista,que devem apresentar Brasil e Argentina.


