São Paulo – O artista egípcio Youseef Limoud, ganhador do Grande Prêmio da Bienal de Dakar no ano passado, terá seu trabalho exposto na mostra Ex Africa, que ocorre a partir de 20 de janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A exposição apresenta a arte africana contemporânea por meio de 80 obras de 20 artistas, provenientes de oito países. Eles foram selecionados pelo curador alemão Alfons Hug.
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Limoud terá na mostra uma instalação que fez a partir de achados e pedaços de escombros de cidades brasileiras com a intenção de simular a devastação das metrópoles africanas e sul-americanas. “É uma arquitetura do impossível, entre ordem e caos, estrutura e ruína”, explicou o curador à ANBA, em entrevista por e-mail.
Alfons Hug conheceu a obra de Youssef Limoud na Bienal de Dakar. O artista vive entre Basileia, na Suíça, e o Cairo, no Egito. O egípcio também é escritor e seus temas são artes, poesia e história. Graduado pelo College of Fine Arts, do Cairo, Limoud tem seus trabalhos expostos tanto em mostras no seu país como no exterior.
O egípcio vai participar de uma mesa redonda sobre a produção artística e os caminhos entre Brasil e África no dia 22 de janeiro, no CCBB, na qual haverá mediação de Hug e participação do artista brasileiro Arjan Martins. Limoud vai falar sobre a sua obra no Brasil e no mundo.
De acordo com informações do Centro Cultural Banco do Brasil, a Ex Africa será a maior exposição de arte contemporânea africana já realizada no País. A exposição tem 18 artistas africanos e dois afro-brasileiros, Arjan Martins e Dalton Paula. O critério da escolha foi a qualidade da obra e a relevância do artista no discurso contemporâneo, segundo Hug.
Os africanos são Leonce Raphale Agbodjelou, do Benin, Kudzanai Ciurai, do Zimbábue, Ndidi Dike, Jelili Atiku, J.D.’Okhai Ojeikere, Karo Akpokiere, Abdulrazaq Awofeso e Adé Bantu, da Nigéria, Ibrahim Mahama, de Gana, Omar Victor Diop, do Senegal, Nástio Mosquito Kiluanji, Binelde Hurcan e Kia Henda, de Angola, Andrew Tshabangu, Mikhael Subotzky, Guy Tillim e Mohau Modisakeng, da África do Sul, além de Limoud.
A mostra é composta por fotografias, pinturas, esculturas, performances, vídeos e instalações, uma delas de tamanho gigante feita por Mahama. Os vários trabalhos se relacionam por meio de quatro eixos – Ecos da História, Corpos e Retratos, O Drama Urbano e Explosões Musicais – e a interseção deles mostra um continente africano em contínuo e efervescente processo de renovação criativa e artística, segundo o curador.
O CCBB promove a exposição depois de ter conseguido um dos seus maiores sucessos de público com a mostra Arte da África em 2003. “A exposição acontece num momento em que a herança africana volta a estar em evidência, principalmente no Rio de Janeiro”, diz Hug, lembrando as recentes escavações do antigo mercado de escravos no Cais do Valongo e a descoberta do Cemitério dos Pretos Novos e da Pedra do Sal, no centro histórico do Rio e próximos ao CCBB.
“A África moderna está vivendo a compressão do tempo como nenhum outro continente. Mal completou 50 anos e é apenas um pouco mais velha do que a média de sua população atual. Ao mesmo tempo, ainda não se abriu completamente à industrialização; de fato, grande parte da atividade econômica até hoje é realizada por meio de escambo”, afirma Hug. Segundo o curador, nos centros urbanos percebe-se vigoroso aumento da produção artística. “O último continente a entrar nesse universo, a África agora também faz parte da cena artística global, com todas as vantagens e desvantagens que isso traz.”
A exposição pode ser vista gratuitamente até o dia 26 de março de 2018.
O patrocínio é do Banco do Brasil, com apoio da BB DTVM.
Serviço
Ex Africa – exposição de arte africana contemporânea
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro
De 20 de janeiro a 26 de março de 2018
De quarta a segunda-feira, 9h às 21h.
Informações: www.bb.com.br/cultura
Entrada gratuita